A Magia dos Caldeus. As Superstições da Idade Média

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 13:41

Os caldeus, que Cícero inclui entre os mágicos mais antigos, situavam a base de toda magia nos poderes interiores da alma do homem e pelo discernimento das propriedades mágicas das plantas, dos minerais e dos animais. Com a ajuda desses elementos, eles realizavam os "milagres" mais maravilhosos. A Magia, para eles, era sinônimo de religião e ciência. Foi só mais tarde que os mitos religiosos do dualismo masdeano, desfigurado pela Teologia cristã e evemerizado por certos padres da Igreja, assumiram a forma desagradável em que os encontramos expostos por escritores católicos como dês Mousseaux. A realidade objetiva do íncubo e do súcubo medievais, essa superstição abominável da Idade Média que custou tantas vidas humanas, defendida por seu autor em todo um volume, é um produto monstruoso do fanatismo religioso e da epilepsia. Ela não tem forma objetiva; atribuir os seus efeitos ao Diabo é uma blasfêmia: implica que Deus, depois de criar Satã, permitiu-lhe adotar tal procedimento. Se devemos acreditar no vampirismo, só podemos fazê-lo se nos apoiarmos na força de suas proposições irrefragáveis da ciência psicológica oculta: 1º) A alma astral é uma entidade distinta separável do nosso Ego e pode correr e vaguear longe do corpo sem romper o fio da vida; 2º) O cadáver não está completamente morto e, ao passo que pode ser repenetrado por seu ocupante, este pode extrair dele emanações materiais que lhe permitam aparecer numa forma semiterrestre. Mas sustentar, como dês Mousseaux e de Mirville, a idéia de que o Diabo - que os católicos dotam de um poder que, em antagonismo, se iguala ao da Divindade Suprema - o transforma em lobos, serpentes e cães, para satisfazer a sua luxúria e procriar monstros, é uma idéia em que se encontram escondidos os germes da adoração do Diabo, da demência e do sacrilégio. A Igreja Católica, que não só nos ensina a acreditar nesta falácia monstruosa, mas também obriga os seus missionários a pregar este dogma, não tem necessidade de se voltar contra a adoração do Diabo por parte de algumas seitas parses e da Índia meridional. Ao contrário; pois, quando ouvimos os yezidi repetirem o provérbio muito conhecido "Sede amigos dos demônios; dai-lhes vosso bens, vosso sangue, vosso serviço, e não tereis necessidade de vos

preocupardes com Deus - Ele não vos fará nenhum mal", consideramos que eles são considerados em sua crença e em seu respeito para com o Supremo; a sua lógica é sadia racional; reverenciam Deus tão profundamente, a ponto de imaginar que Ele, que criou o universo e as suas leis, não é capaz de prejudicá-los, pobres átomos; mas os demônios existem; eles são imperfeitos e, em conseqüência, eles têm boas razões para os temer.

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