As Idéias dos Antigos Cabalistas Sobre o Espírito Humano

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 04:11

Quanto ao espírito humano, as idéias dos mais antigos filósofos e cabalistas medievais, mesmo divergindo em alguns aspetos, concordam no conjunto; de modo que a doutrina de um pode ser considerada como a doutrina de outro. A diferença mais importante consiste na localização do espírito divino ou imortal do homem. Enquanto os antigos neoplatônicos sustentavam que o Augoeides (Eu luminoso Ego Superior) jamais desce hipostaticamente até o homem vivo, mas apenas projeta mais ou menos o seu fulgor sobre o homem interno - a alma astral -, os cabalistas medievais afirmavam que o espírito, desligando-se do oceano de luz e do espírito, entrava na alma humana, onde permanecia durante a vida aprisionado na cápsula astral. Esta diferença resultou da crença maior ou menor dos cabalistas cristãos na letra morta da alegoria da queda do homem. A alma, disseram eles, devido à queda de Adão, contaminou-se com o mundo da matéria ou Satã. Antes que ela pudesse comparecer com o espírito divino aprisionado à presença do Eterno, era preciso que ela se purificasse da impureza das trevas. Eles comparavam "o espírito aprisionado na alma a uma gota d'água encerrada numa cápsula de gelatina e lançada ao oceano; enquanto a cápsula permanece intacta, a gota d'água permanece isolada; destruindo o invólucro, a gota torna-se uma parte do oceano - sua existência individual cessou. Ocorre o mesmo com o espírito. Enquanto está encerrado em seu mediador plástico, a alma, ele tem uma existência individual. Destruída a cápsula, o que pode ocorrer devido às agonias de uma consciência atormentada, ao crime e à doença moral, o espírito retorna à sua morada original. A sua individualidade cessou de existir".

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