Transcrição de passagem de escritura hindu

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 02:01

"Quando este mundo saiu das trevas, os princípios elementares sutis produziram a semente vegetal que animou as plantas em primeiro lugar; das plantas, a vida passou para corpos fantásticos que nasceram do ilus das águas; depois, através de uma série de formas e de animais diversos, ela chegou ao HOMEM." (Bhâgavata-Purâna, livro XII, cap. 9 e 10).

"Ele [o homem, antes de sê-lo] passara sucessivamente através das plantas, dos vermes, dos insetos, dos peixes, das serpentes, das tartarugas, do gado e dos animais selvagens; esse é o grau inferior."

"Essas são, desde Brahmâ até os vegetais, as transmigrações que ocorrem neste mundo." (Manu, livro XII, 42; livro I, 50).

Na cosmogonia de Sanchoniathon, os homens também evoluíram do ilus do caos, e aí encontramos a mesma evolução e transformação das espécies.

E agora daremos a tribuna ao Sr. Darwin: "Eu acredito que os animais descendem, no máximo, de quatro ou cinco progenitores".

E ainda: “Posso inferir, por analogia, que provavelmente todos os seres orgânicos que viveram sobre esta terra descenderam de uma mesma forma primordial. (...) Considero todos os seres, não como criações especiais, mas como os descendentes lineares de alguns poucos seres que viveram muito tempo antes do depósito da primeira camada do sistema siluriano.

E ainda: "Posso inferir, por analogia, que provavelmente todos os seres orgânicos que viveram sobre a terra descenderam de um mesma forma primordial. (...) Considero todos os seres, não como criações especiais, mas como os descendentes lineares de alguns poucos seres que viveram muito tempo antes do depósito da primeira camada do sistema siluriano". (Período do Paleozóico, precedido pelo Ordoviciano e seguido pelo Devoniano. O Período Siluriano ocorreu aproximadamente à 30 milhões de anos, segundo a ciência atual.).

Em suma, viveram no caos de Sanchoniathon e no ilus de Manu. Vayâsa e Kapila vão mais além de Darwin e Manu. "Eles vêem em Brahmâ apenas o nome do germe universal; eles negam a existência de uma Causa Primaria e pretendem que tudo o que existe na natureza se desenvolveu apenas em conseqüência de forças materiais e fatais", diz Jacolliot.

Afirmações do Sr. Jacolliot:

"Perguntamos um dia a um brâmanes do pagode de Chidambaram, que pertence à escola cética dos naturalistas de Vyâsa, se ele acreditava na existência de Deus, Ele nos respondeu, sorrindo: `Aham eva Parabrahman' - `Eu mesmo sou um deus'.

"`O que quereis dizer com isto?'

"`Quero dizer que tudo que existe sobre a terra, por mais humilde que seja, é uma porção imortal da matéria imortal'".

Essa teria sido a resposta que acudiria a todo filósofo antigo, cabalista ou gnóstico, dos primeiros tempos. Ela contém o espírito mesmo dos mandamentos délficos e cabalísticos, pois a filosofia esotérica resolveu, séculos atrás, a questão de saber o que o homem era, é e será. Se as pessoas que acreditam no versículo da Bíblia que ensina que "O Senhor Deus formou o homem da poeira do chão e soprou em suas narinas o alento da vida", rejeitam ao mesmo tempo a idéia de que todo átomo dessa poeira, como toda partícula dessa "alma viva", contêm "Deus" me si mesma, então lamentamos a lógica desse cristão. Ele ignora os versículos que precedem. Deus abençoa igualmente todas as feras dos campos e toda a criatura viva, na água, como no ar, e Ele a todas elas dota de vida, que é um sopro de Seu próprio Espírito, e da alma do animal. A Humanidade é o Adão-Cadmo do "Desconhecido", Seu microcosmo e Seu único representante na Terra, e todo homem é um deus na Terra.

Poderíamos perguntar a esse erudito francês, que parece tão familiarizado com todos os slokas dos livros de Manu e de outros escritores védicos, o significado dessa frase que ele conhece tão bem:

"As plantas e a vegetação revelam um grande número de formas por causa das suas ações precedentes; estão cercadas pela escuridão, mas, não obstante, estão dotadas de uma alma interior e sentem igualmente o prazer e a dor".

Se a Filosofia hindu ensina a presença de um grau de alma nas formas mais inferiores da vida vegetal, e mesmo em todos os átomos do espaço, como é possível que ela recusasse o mesmo princípio ao homem? E se ela admite o espírito imortal no homem, como pode ela logicamente negar a existência da fonte original - não direi a primeira, mas a Causa eterna? Nem os racionalistas, nem os sensualistas, que não são capazes de compreender a metafísica indiana, deveriam julgar a ignorância dos metafísicos hindus segundo os seus próprios critérios.

O grande ciclo, como observamos anteriormente, inclui o progresso da Humanidade desde seu germe no homem primordial sob a forma espiritual, até o abismo mais profundo da degradação a que ele puder chegar - cada etapa sucessiva na descida sendo caraterizada por uma força e consistência da forma física maiores do que o anterior - e termina com o Dilúvio. Mas enquanto o grande ciclo, ou idade, cumpre o se curso, sete ciclos menores são percorridos, cada um deles marcando a evolução de uma nova raça que procede da raça anterior, num mundo novo. E cada uma dessas raças, ou grandes tipos da Humanidade, se subdivide em famílias, e estas em nações e tribos, como vemos hoje os habitantes da Terra divididos em mongóis, caucasianos, indianos, etc.

 

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