Se entre os muitos feitos do Bispo de Cesaréia devemos incluir o conhecimento do cingalês, do pehlevi, do tibetano e de outros idiomas, não o sabemos; mas ele certamente transcreveu as cartas de Jesus e Abgarus, e a história do miraculoso retrato de Cristo impresso numa peça de roupa pelo suor de sua face, do Cânone budista. Na verdade, o bispo declarou que descobriu a carta escrita em siríaco, preservada entre os registros da cidade de Edssa, onde Abgarus reinou. Lembramos as palavras de Babrias: "O mito, ó filho do Rei Alexandre, é uma antiga invenção humana dos sírios, que viviam nos tempos antigos sob Ninus e Belus". Edessa era uma das antigas "cidades sagradas". Os árabes a veneram até hoje; e nela se fala o mais puro árabe. Eles a chamam ainda por seu antigo nome, Orfa, outrora a cidade Arpha-Kasda (Arphaxard), a sede de um Colégio de caldeus e magos, cujos missionários, chamados de Orpheus, daí trouxeram os Mistérios báquicos à Trácia. Muito naturalmente, Eusébio aí encontrou os contos que ele transformou na história de Abgarus, e a imagem sagrada impressa num tecido; pois a de Bhagavat, ou o abençoado Tathâgata (Buddha) foi obtida pelo Rei Bimbisâra. Comparada pelo Rei, Bhagavat projetou sua sombra nela. Esse pedaço de "miraculoso tecido", com sua sombra, ainda está preservado, dizem os budistas; "só a sombra é raramente vista".