Fomos testemunhas, certa vez, na Índia, de uma experiência de habilidade psíquica entre um venerável gosain (Faquir, mendigo) e um feiticeiro (Um prestidigitador, diga-se) que nos ocorre agora em relação a esse assunto. Estávamos discutindo sobre os poderes relativos dos Pitris dos faquires - espíritos pré-adamitas e aliados invisíveis dos prestidigitadores. Concordou-se em fazer uma experiência de habilidades, e o autor destas linhas foi escolhido como árbitro. Fazíamos a sesta, próximos de um pequeno lago da Índia setentrional. Sobre a superfície das águas cristalinas flutuavam inúmeras flores aquáticas e largas folhas brilhantes. Cada um dos contendores tomou uma dessas folhas. O faquir, apoiando a sua contra o seu peito, cruzou as mãos sobre ela e entrou em transe momentâneo. Colocou, então, a folha sobre a água, com a superfície superior voltada para baixo. O prestidigitador pretendia controlar o "senhor da água", o espírito que reside na água gabou-se de forçar o poder a impedir que os Pitris manifestassem quaisquer fenômenos sobre a folha do faquir em seu elemento. Tomou a sua própria folha e a colocou sobre a água, depois de ter praticado sobre ela uma espécie de encantação selvagem. Ela, imediatamente, exibiu uma agitação violenta, ao passo que a outra folha continuava absolutamente imóvel. Ao final de alguns segundos, ambas as folhas foram retiradas. Sobre a folha do faquir vimos - uma indignação do prestidigitador - algo que se assemelha a desenhos geométricos formados de caracteres de um branco leitoso, como se os sucos da planta tivessem sido usados como um fluído corrosivo com que se pudesse escrever. Quando ela secou, e tivemos a oportunidade de examinar as linhas com cuidado, reconhecemos serem elas uma série de caracteres sânscritos elaborados com perfeição; o todo compunha uma frase que enfeixava um preceito de alta mortal. O faquir, acrescentou, não sabia ler nem escrever. Sobre a folha do prestidigitador, em vez de escrita, encontramos uma figura hedionda, demoníaca. Cada uma das folhas, portanto, trazia uma impressão ou um reflexo alegórico do caráter do contendor e indicava a qualidade de seres espirituais a que obedecia.