As Pujantes Obras de Engenharia Egípcia

Enviado por Estante Virtual em qui, 22/12/2011 - 03:18

Se voltarmos agora para a arquitetura, veremos passar diante de nossos olhos maravilhas indescritíveis. Referindo-se aos templos de Philae, Abu Simbel, Dendera, Edfu e Karnak, o Prof. Carpenter observa que “essas construções estupendas e belas (...) essa pirâmides e esses templos gigantescos” têm “uma vastidão e uma beleza” que “ainda impressionam após o lapso de muitos milhares de anos”. Ele está assombrado com “o caráter admirável do acabamento da obra; as pedras, em muitos casos, foram assentadas com uma exatidão tão surpreendente, que dificilmente uma faca poderia infiltrar-se entre as juntas”. Observou em sua peregrinação arqueológica diletante uma daquelas “curiosas coincidências” que Sua Santidade, o Papa, acharia interessante de estudo. Ele está falando do Livro dos mortos egípcio, esculpido sobre os velhos monumentos, e da crença antiga na imortalidade da alma. “Ora, é mais extraordinário”, diz o professor, “notar que não só esta crença, mas também a linguagem em que ela era expressa à época do Egito antigo, antecipou a da revelação cristã. Pois nesse Livro dos mortos são utilizadas frases que encontramos no Novo Testamento em relação ao do Juízo Final; e ele admite que este hierograma foi “gravado, provavelmente, 2.000 anos antes da Era de Cristo.”

De acordo com Bunsen, de quem se diz ter feito os cálculos mais perfeitos, a massa de alvenaria da pirâmide de Quéops mede 8.651.655 metros e pesaria 6.316.000 toneladas. A quantidade imensa de pedras quadradas mostra-nos a habilidade sem paralelo dos pedreiros egípcios. Falando da grande pirâmide, Kenrick diz: “As juntas são mal perceptíveis, não mais largas do que a espessura da folha de papel prateado e o cimento é tão retentivo, que fragmentos de pedras do revestimento continuam na sua posição original, apesar do lapso de muitos séculos e da violência com que elas foram retiradas”.

“A habilidade dos antigos pedreiros”, diz Bunsen, “revela-se acentuadamente na extração de blocos gigantescos, dos quais foram cortados obeliscos e estátuas colossais - obeliscos de cerca de 27 metros de altura e estátuas de aproximadamente 20 metros, feitos de uma pedra!” Há muito mais. Eles não dinamitavam os blocos para esses monumentos, mas adotaram o seguinte método científico: em vez de usar grandes cunhas de ferro, que poderiam ter rachado a pedra, “eles cavaram um pequeno sulco por toda a extensão de, talvez, 30 metros, e aí inseriam, próximas umas das outras, um grande número de estacas de madeira seca, depois, despejavam água no sulco e as cunhas, inchando e estourando simultaneamente, com uma força tremenda, rompiam a pedra gigantesca, simplesmente como um diamante corta um vidro”.

Os geógrafos e os geólogos modernos demostraram que esse monólitos foram trazidos de uma distância prodigiosa e ficaram confusos nas suas conjecturas sobre como o transporte teria sido efetuado. Os velhos manuscritos dizem que isso foi feito com a ajuda de trilhos portáteis. Estes repousavam sobre bolsas infladas feitas de couro tornado indestrutível pelo mesmo processo usado para preservar as múmias. Esses engenhosos colchões de ar evitavam que os trilhos afundassem na areia profunda. Manetho menciona-os e observa que eles eram tão bem-preparados, que poderiam resistir, por muitos séculos, à deterioração.

A data das centenas de pirâmides do vale do Nilo é impossível de ser fixada por qualquer uma das regras da ciência moderna; mas Heródoto informa-nos que cada rei erigiu uma delas para comemorar o seu reino e servir como seu sepulcro. Mas Heródoto não disse tudo, embora ele soubesse que o objetivo real da pirâmide era muito diferente daquele que ele atribui. não fossem os seus escrúpulos religiosos, ele teria podido acrescentar que, externamente, ela simbolizava o princípio criativo da Natureza e também ilustrava os princípios de Geometria, Matemática, Astrologia e Astronomia. Internamente, era um templo majestoso, em cujos recessos sombrios eram realizados os mistérios e cujas paredes freqüentemente testemunhavam as cenas de iniciação dos membros da família real. O sarcófago pórfiro, que o Prof. Piazzi Smyth, Astronomer-Royalnovo e da Escócia, reduz à condição de um grande caixote para armazenar cereais, era a pia batismal da qual emergia o neófito, que então “nascia de novo” e se tornava um adepto.

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