Os Elementares Segundo os Filósofos Antigos

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 04:20

Falando sobre os elementares, diz Porfírio: "Estes seres recebem honras dos homens como se fossem deuses (...) uma crença universal torna-os capazes de se tornar deveras malévolos: isto mostra que sua cólera se dirige contra aqueles que negligenciaram oferecer-lhes um culto legítimo".

Homero descreve-os nos seguintes termos: "Nossos deuses nos aparecem quando lhes oferecemos sacrifício (...) sentando-se em nossas mesas, eles partilham de nossos repastos festivos. Sempre que encontram um solitário fenício em viagem, eles lhes servem como guias, e manifestam a sua presença de outras maneiras. Podemos dizer que nossa piedade nos aproxima deles, assim como o crime e o derramamento de sangue unem os ciclopes e a feroz raça de gigantes". Isto prova que esses deuses eram afáveis e benéficos, e que fossem eles espíritos desencarnados ou seres elementares, não eram diabos.

A linguagem de Porfírio, que era um discípulo direto de Plotino, é ainda mais explícita no que toca à natureza desses espíritos. "Os demônios", diz ele, "são invisíveis; mas eles sabem como vestir-se com formas e configurações sujeitas a numerosas variações, que podem ser explicadas pelo fato de que sua natureza tem muitos elementos corporais em si. Sua morada está nas cercanias da Terra (...) e, quando escapam à vigilância dos bons demônios, não há nenhuma maldade que não ousem cometer. Um dia eles empregarão a força bruta; no outro, a astúcia". Mais adiante, ele comenta:: "Para eles é um jogo infantil excitar em nós as paixões desprezíveis, inculcar doutrinas turbulentas às sociedades e às nações, provocar guerras, sedições e outras calamidades públicas, e dizer-nos em seguida `que tudo isso é obra dos deuses'. (...) Esses espíritos passam o tempo enganando e iludindo os mortais, criando ilusões e prodígios ao seu redor; a sua maior ambição é fazer as vezes de deuses e almas [espíritos desencarnados]".

Jâmblico, o grande teurgista da escola neoplatônica, um homem versado na Magia sagrada, ensina que "os bons demônios nos aparecem realmente, ao passo que os maus demônios se manifestam apenas sob as formas ilusórias de fantasmas". Mais adiante, ele corrobora Porfírio, e afirma que "(...) os demônios bons não temem a luz, ao passo que os perversos necessitam das trevas. (...) As sensações que eles excitam em nós fazem-nos acreditar na presença e na realidade das coisas que eles mostram, embora estas coisas não existam".

Mesmo os teurgistas mais práticos encontraram, às vezes, algum perigo em suas relações com certos elementos, e Jâmblico afirma que "Os deuses, os anjos e os demônios, assim como as almas, podem ser convocados através da evocação e das preces. (...) Mas quando, durante as opressões teurgistas, um erro é cometido, cuidado! Não imagineis que estais em comunicação com divindades benéficas, que respondem à vossa fervorosa prece; não, pois eles são maus demônios, apenas sob a forma de bons! Pois os elementos freqüentemente se apresentam com a aparência de bons, e assumem uma posição muitíssimo superior àquela que realmente ocupam. Suas fanfarronices os traem".

Outras páginas interessantes: