O Progresso da Humanidade Caracterizado por Ciclos

Enviado por Estante Virtual em sex, 16/12/2011 - 14:30

Para um homem de Ciência, recusar a oportunidade de investigar um novo fenômeno, venha este na forma de um homem da Lua, ou na de um fantasma da quinta de Eddy, é igualmente repreensível.

Provenha este resultado do método de Aristóteles ou do método de Platão, não devemos nos demorar para investigá-lo; mas é um fato que as naturezas internas e externa do homem eram perfeitamente conhecidas

pelos antigos andrólogos (que estudavam as ciências do homem). Sem embargo das hipóteses superficiais dos geólogos, estamos começando a recolher quase diariamente as provas que corroboram as asserções desses filósofos.

Eles dividiam os intermináveis períodos da existência humana sobre este planeta em ciclos, durante um dos quais a Humanidade gradualmente atingiu o ponto culminante da mais alta civilização e gradualmente recaiu no mais abjeto barbarismo. A altura à qual a raça, em sua fase progressiva, muitas vezes chegou, pode ser francamente presumida pelo maravilhoso monumento da Antigüidade, ainda visíveis, e pelas descrições dadas por Heródoto de outras maravilhas de que não restou nenhum traço. Mesmo em sua época as gigantescas estruturas de muitas pirâmides e de templos mundialmente famosos eram apenas montes de ruínas. Dispersados pela infatigável mão do tempo, eles foram descritos pelo Pai da História como "as testemunhas veneráveis da glória antiguíssima de ancestrais mortos". Ele "evita falar das coisas divinas" e dá à posteridade apenas uma descrição imperfeita de oitava de algumas extraordinárias câmaras subterrâneas do Labirinto, onde jaziam - e ainda jazem - ocultos os restos sagrados dos Reis Iniciados.

Podemos ainda fazer uma idéia da alta civilização atingida em alguns períodos da Antigüidade pelas descrições históricas da época dos ptolomeus, embora nesse tempo se considerasse que as artes e as ciências estavam em decadência, e que muitos dos seus segredos já perdidos. Nas recentes escavações de Mariette-bey, aos pés das pirâmides, estátuas de madeira e outras relíquias foram exumadas, mostrando que muito tempo antes das primeiras dinastias os egípcios tinham atingido uma perfeição e um refinamento artístico capazes de excitar a admiração dos mais ardentes apreciadores da arte grega. Bayard Taylor descreve tais estátuas numa de suas conferência, e conta-nos que a beleza das cabeças, ornamentadas com olhos de pedras preciosas e sobrancelhas de cobre, é insuperável. Bem abaixo da camada de areia na qual repousavam os restos que figuram nas coleções de Lepsius, de Abbott e do Museu Britânico, encontram-se ocultas as provas tangíveis da doutrina hermética dos ciclos de que já falamos.

Todo verdadeiro savante admite que em muitos aspetos o conhecimento humano ainda está em sua infância. Será porque nosso ciclo começou numa época relativamente recente? Estes ciclos, segundo a filosofia caldaica, não abrangem toda a humanidade num único e mesmo tempo. O Prof. Draper confirma parcialmente esta teoria ao dizer que os períodos em que a Geologia "julgou conveniente dividir o progresso do homem na civilização não são épocas abruptas (intransponíveis) que se mantêm simultaneamente para toda a raça humana"; ele dá como exemplo os "índios nômades da América", que "só estão emergindo da idade da pedra". Assim, mais de uma vez os homens de Ciência confirmaram involuntariamente o testemunho dos antigos.

Qualquer cabalista que esteja a par do sistema pitagórico dos números e da Geometria pode demonstrar que as idéias metafísicas de Platão se basearam em princípios estritamente matemáticos. "As verdadeiras matemáticas", "são algo com que as ciências superiores têm estreita relação; as matemáticas ordinárias não passam de uma fantasmagoria ilusória, cuja tão louvada infalibilidade provém apenas disso - dos materiais, das condições e das referências em que elas se fundamentaram". Cientista que acreditam adotaram o método aristotélico apenas porque se esquivam, quando não fogem, dos particulares demonstrados nos universais, glorificam o método da filosofia indutiva, e rejeitam o de Platão, que consideram insubstancial. O Prof. Draper lamenta que alguns místicos especulativos como Amônio Saca e Plotino tenham tomado o lugar "de muitos geômetras do antigo museu". Ele esquece que a Geometria, a única dentre todas as ciências a proceder dos universais para os particulares, foi precisamente o método empregado por Platão em sua filosofia. Desde que a ciência exata confirme as suas observações às condições físicas e proceda como Aristóteles, ela certamente não poderá errar. Mas embora o mundo da matéria seja iluminado para nós, ele ainda é finito; e assim o materialismo girará para sempre num círculo vicioso, incapaz de elevar-se acima do que a circunferência permitir. A teoria cosmologia dos números que Pitágoras aprendeu dos Hierofante egípcios é a única capaz de reconciliar as duas unidades, matéria e espírito, e de fazer com que uma demonstre matematicamente a outra.

Os números sagrados do universo em sua combinação esotérica resolveram os grandes problemas e explicam a teoria da radiação e o ciclo de emanações. As ordens inferiores, antes de se transformarem nas ordens superiores, devem emanar das ordens espirituais superiores, e, ao chegarem ao ponto de retorno, devem reabsorver-se novamente no infinito.

A Filosofia, como tudo neste mundo de constante evolução, está sujeita à revolução cíclica. Como ela parece atualmente emergir com dificuldades das sombras do arco inferior, um dia poderá ser demonstrando que ela atingiu o ponto mais alto da circunferência muito tempo antes da época de Pitágoras.

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