O Grande Ciclo da Mônada - A Teoria de Darwin

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 04:07

Quando o Invisível Central (o Senhor Ferho) viu os esforços para libertar-se da Scintilla divina, que não desejava ser lançada na degradação da matéria, ele lhe permitiu tirar de si própria uma Mônada, pela qual, ligada a ela pelo fio mais fino, a Scintilla divina (a alma) tinha que velar durante as suas incessantes peregrinações de uma forma a outra. Assim a Mônada foi lançada na primeira forma da matéria e dai encerrada em pedra; depois, no decorrer do tempo, através dos esforços combinados do fogo vivo e da água viva, ambos os quais brilhavam seu reflexo sobre a pedra, a Mônada escapou à prisão e surgiu à luz do Sol como um líquen. De modificações em modificações ela foi mais e mais alto; a Mônada, a cada nova transformação, tomou emprestado um pouco mais da radiação de sua mãe. Scintilla, de que se aproximava a cada transmigração. Pois "a Causa Primária quis que ela procedesse desse modo"; e destinou-a a subir e mais e mais até que sua forma física se tornasse novamente o Adão de pó, formado à imagem de Adão-Cadmo. Antes de sofrer a sua última transformação terrestre, a cobertura externa da Mônada, a partir do momento de sua concepção como embrião, passa, novamente, pelas fases dos vários reinos. Em sua prisão fluídica ela conserva uma vaga semelhança com os vários períodos de gestação como planta, réptil, pássaro e animal, até se tornar um embrião humano. No nascimento do futuro homem, a Mônada, radiando com toda a glória de sua mãe imortal que a vigia da sétima esfera, torna-se sem sentido. Ela perde todas as lembranças do passado, e só retorna gradualmente à consciência quando o instinto da infância dá lugar à razão e à inteligência. E quando a separação entre o princípio de vida (espírito astral) e o corpo tem lugar, a alma liberada - a Mônada - reencontra exultantemente o espírito paterno e materno, o radiante Augoeides, e os dois, fundidos em um, formam para sempre, como uma glória proporcional à pureza espiritual da vida terrestre passada, o Adão que completou o círculo de necessidade, e está livre do último vestígio de seu envoltório físico. A partir desse momento, tornando-se mais e mais radiante a cada passo de seu progresso ascendente, ele sobe pelo caminho brilhante que termina no ponto do qual ela partira em torno do GRANDE CICLO.

Toda a teoria darwiniana da seleção natural está resumida nos primeiros seis capítulos no Gênese. O "Homem" do cap. I é radicalmente diferente do "Adão" do cap. II, pois o primeiro foi criado "macho e fêmea" - isto é, bissexuado - e à imagem de Deus; ao passo que o último, de acordo com o sétimo versículo, foi formado com o pó da terra, e tornou-se "uma alma vivente", depois que o Senhor Deus "soprou em suas narinas o sopro da vida". Contudo, este Adão era um ser masculino, e no vigésimo versículo somos informados de que "não se encontrou a auxiliar que lhe correspondesse". Os adonais, por serem puras entidades espirituais, não tinham sexo, ou melhor, tinham ambos os sexos reunidos em si, como seu Criador; e os antigos compreendiam isso tão bem que representaram muitas de suas divindades como bissexuais. O estudioso da Bíblia deve aceitar esta interpretação, sob pena de tornar as passagem dos dois capítulos mencionados absurdamente contraditórias. Não apenas esta duas raças de seres são claramente indicadas no Gênese, mas mesmo uma terceira e uma quarta se apresentam ao leitor no cap. IV, quando se fala dos "filhos de Deus" e da raça de "gigantes".

Uma coisa, pelo menos, ficou demonstrada no texto hebraico, a saber; que houve uma raça de criaturas puramente físicas; outra, de criaturas puramente espirituais. A evolução e a "transformação das espécies" necessárias para preencher a lacuna entre as duas foram deixadas a antropólogos mais capazes. Podemos apenas repetir a filosofia dos homens da Antigüidade, a qual diz que a união dessas duas raças produziu uma terceira - a raça adamita. Partindo das naturezas de ambos os pais, ela se adaptou igualmente a uma existência nos mundos material e espiritual. Aliada da metade física da natureza do homem está a razão, que lhe permite manter a supremacia sobre os animais inferiores, e subjugar a natureza para seus fins. Aliada da sua parte espiritual está a sua consciência, que lhe serve de guia infalível, não obstante as fraquezas dos sentidos; pois a consciência é essa percepção instantânea entre certo e errado, que só pode ser exercitada pelo espírito, que, por ser uma porção da Sabedoria Divina e da Pureza, é absolutamente pura e sábia. Suas inspirações são independentes da razão, e só podem manifestar-se claramente quando desembaraçadas pelas atrações inferiores de nossa natureza dual.

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