Explicações sobre a parábola de Jesus "nascer de novo"

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 18:41

"Em verdade, em verdade te digo, quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus" (João, III, 3). Disse Jesus a Nicodemos: "O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é espírito".

Essa alusão, tão ininteligível em si mesma, é explicada no Satapatha-Brâhmana. Ele ensina que um homem que se esforça pela perfeição espiritual deve ter três nascimentos: 1°, o físico, de seus pais mortais; 2°, o espiritual, através do sacrifício religioso (iniciação). 3°, seu nascimento final no mundo do espírito - na morte. Embora possa parecer estranho que devamos ir à antiga terra do Punjâb e às margens do Ganges sagrado em busca de um intérprete para as palavras ditas em Jerusalém expostas às margens do Jordão, o fato é evidente. Esse segundo nascimento, ou regeneração do espírito, após o nascimento natural do que é nascido da carne, pode ter espantado o legislador judeu. Não obstante, ele foi ensinado 3.000 anos antes do aparecimento do grande profeta Galileu, não apenas na Índia antiga, mas a todos os epoptai da iniciação pagã, que foram instruídos nos grandes mistérios da VIDA e da MORTE. Esse segredo dos segredos, segundo o qual a alma não esta soldada à carne, foi praticamente demonstrado no exemplo dos iogues, os seguidores de Kapila. Tendo emancipado suas almas dos grilhões da Prakriti, ou Mahat (a percepção física dos sentidos e da mente - numa palavra, criação), eles estão desenvolveram suas forças de alma e sua força de vontade, habilitando-se, assim, enquanto na terra, a comunicar-se com os mundos supernos e a realizar o que é erroneamente chamado de "milagres". Homens cujos espíritos astrais atingiram na terra o naihsreyasa, ou a mukti, são semideus; espíritos desencarnados, eles alcançam Moksha ou Nirvana, e esse é o seu segundo nascimento espiritual.

Buddha ensina a doutrina de um novo ensinamento de modo tão claro quanto Jesus. Desejamos romper com os mistérios antigos, a cujo acesso as massas ignorantes não tinham direito, o reformador hindu, embora mantivesse um silêncio geral sobre mais de um dogma secreto, afirma claramente seu pensamento em várias passagens. Assim, diz ele: "Algumas pessoas nascem novamente; os pecadores vão ao Inferno; as pessoas virtuosas vão ao Céu; aqueles que estão livres de todos os desejos mundanos penetram no Nirvana"(Dhammapada, 126. Noutro lugar, Buddha afirma que é melhor acreditar numa vida futura, na qual se pode examinar a felicidade ou a miséria; pois se o coração acreditar nela, "ele abandonará o pecado e agirá virtuosamente; e mesmo se não houver ressurreição, uma tal vida terá um bom nome, e o respeito dos homens. Mas aqueles que acreditam na extinção após a morte não deixarão de cometer os pecados, porquanto nada esperam no futuro.

 

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