Prefácio

Enviado por Estante Virtual em qua, 14/12/2011 - 22:15

Quando um homem começa a aguçar os sentidos, que então lhe permitem perceber algo mais do que os outros percebem, desdobra-se diante dele um mundo novo e fascinante. Os chakras são as primeiras coisas desse novo mundo que lhe chamam a atenção. As pessoas se lhe apresentam sob um novo aspecto, nelas descobrindo muita coisa que antes permanecia oculta à sua vista; e portanto, é capaz de compreender, apreciar e, nos casos necessários, auxiliar o próximo muito melhor do que lhe era possível antes. Os pensamentos e emoções das pessoas surgem a seus olhos com toda a clareza de forma e cor, e o grau de sua evolução e as condições de sua saúde são para ele evidentes em vez de conjeturáveis. O brilhante colorido e o rápido e incessante movimento dos chakras colocam as pessoas sob a imediata observação do investigador, que naturalmente deseja conhecer o que são e que significam.

O objetivo desta monografia é elucidar esse ponto e dar àqueles que não têm tentado desenvolver suas faculdades latentes, uma idéia desta pequena parte do que seus irmãos mais felizes vêem e, na medida do possível, compreendem. 

A fim de evitar desde já qualquer mal-entendido, convém não perder de vista que nada há de fantástico, nem contra a natureza, quando à potência visual que capacita alguns para perceber mais que outros, pois consiste simplesmente numa extensão das faculdades com que estamos familiarizados, e aquele que atinge essa extensão pode perceber vibrações mais rápidas que aquelas a que os sentidos físicos estão normalmente habituados a responder.

No transcurso da evolução e a seu devido tempo todos ampliarão suas faculdades ordinárias, mas há aqueles que se deram ao trabalho de aguçá-las antes que os demais, à custa de um labor muito mais árduo do que a generalidade das pessoas quereria empreender.

Bem sei que ainda há muitíssimas pessoas tão atrasadas a respeito da marcha do mundo, que negam tal amplitude de faculdades, exatamente como há aldeões que nunca viram uma locomotiva, ou selvagens da África Central que não crêem na solidificação da água.

Faltam-me tempo e espaço para argüir contra tão invencível ignorância, e restrinjo-me a recomendar minha obra, Clarividência, e outras de diferentes autores que tratam do mesmo assunto, a todos os que o desejarem investigar. A Clarividência tem sido comprovada centenas de vezes, e não pode duvidar dela quem seja capaz de ponderar o valor das provas.

Muito se tem escrito sobre os chakras, mas tudo isso em sânscrito ou nalgum dos vários idiomas vernáculos da índia, e até mui recentemente não se havia publicado nada sobre eles em inglês. Mencionei-os pelo ano de 1910 em A Vida Interna, e depois disso apareceu a magnífica obra The Serpent Power, de sir John Woodroffe, e traduziram-se alguns tratados hindus. Em The Serpent Power reproduzem-se os desenhos simbólicos dos chakras usados pelos iogues hindus; mas tanto quanto alcanço, as ilustrações que exornam esta monografia são a primeira tentativa para representar os chakras tal como efetivamente aparecem ante os olhos daqueles que os podem ver.

Na verdade, moveu-me principalmente a escrever esta monografia o desejo de mostrar os formosíssimos desenhos traçados por meu amigo Rev. Edward Warner, a quem manifesto o muitíssimo que devo pelo tempo e trabalho empregados em tal tarefa. Também me cabe agradecer ao meu infatigável colaborador, professor Ernest Wood, a compilação e cotejo dos valiosos informes que, a respeito das opiniões dominantes na índia sobre o nosso assunto, contém o capítulo V, segundo verá o leitor.

Como me achava atarefado noutra obra, minha primeira intenção foi limitar-me a colecionar e reimprimir tudo quanto desde muito tempo atrás havia eu escrito sobre os chakras, e dá-lo como texto explicativo das ilustrações. Mas ao repassar os artigos, ocorreram-me algumas observações, e alguma investigação me fez conhecer pontos adicionais que inseri devidamente. Um dos mais interessantes é que no ano de 1895 a doutora Annie Besant observou a vitalidade do globo e o anel kundalini, e os catalogou como hipermetaproto elementos, ainda que então não houvesse sido bastante extensa a investigação para descobrir a relação de ambos os elementos entre si e o papel importante que desempenham na economia da vida humana.

C. W. L.

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