Espiritismo

Enviado por Estante Virtual em qua, 14/12/2011 - 16:23

 

A palavra “espiritismo” está sendo usada atualmente para denotar comunicações de muitas maneiras diferentes com o mundo astral, através de um médium.

A origem e a historia do movimento espírita já foram descritas no capítulo XXI.

O mecanismo etérico que torna possível os fenômenos espíritas foram amplamente descritos em O Duplo Etérico, obra à qual remetemos o estudante.

Resta-nos agora considerar o valor, se algum existe, desse método de comunicação com o mundo invisível e a natureza das fontes através da qual essa comunicação pode vir.

Nos dias iniciais da Sociedade Teosófica, H. B. Blavatshy escreveu com grande veemência sobre a questão do espiritismo, dando grande ênfase à incerteza de tudo aquilo e à preponderância das aparências de personalidade sobre personalidades verdadeiras. Pouco se pode duvidar de que essas opiniões estavam largamente coloridas e determinadas pela atitude desfavorável da maioria dos membros da Sociedade Teosófica quanto ao espiritismo como um todo.

O bispo Leadbeater, por outro lado, afirma que sua própria experiência pessoal foi mais favorável. Passou muitos anos fazendo experiências espíritas e acredita que ele próprio viu repetidamente todos os fenômenos sobre os quais se pode ler na literatura sobre o assunto.

Em sua experiência, ele descobriu que uma nítida maioria das aparições era autêntica. As mensagens que elas dão são com freqüência desinteressantes e seus ensinamentos religiosos são descritos por ele como sendo “cristianismo aguado”- contudo, tanto quanto se vê, eles são liberais, adiantados em relação à fanática posição ortodoxa.

Leadbeater faz sentir que os espíritas e teosofistas têm terreno importante em comum, como, por exemplo: (1) que a vida depois da morte é real, vívida, uma certeza sempre presente; e (2) que o progresso eterno e a felicidade definitiva, para cada qual, bons e maus que sejam, é também uma certeza. Esses dois itens são de tão tremenda e suprema importância, constituindo, como constituem, tão imenso avanço sobre a posição ortodoxa comum, que parece lamentável que os espíritas e teósofos não possam unir as mãos sobre esses amplos pontos e concordar, pelo tempo presente, em diferir quanto a pontos menores, até que o mundo pelo menos se converta a essa porção da verdade. Em tal trabalho há amplo espaço para os dois corpos de investigadores da verdade.

Os que desejam ver os fenômenos e os que em nada podem acreditar sem a demonstração ocular irão gravitar naturalmente em direção do espiritismo. Por outro lado, os que desejam mais filosofia do que o espiritismo habitualmente fornece, irão voltar-se naturalmente para a Teosofia. Ambos os movimentos atraem mentes liberais e abertas, mas diferentes espécies de tais mentes. Contudo, a harmonia e a concórdia entre os dois movimentos parecem desejáveis em vista dos grandes fins que estão em jogo.

Devemos dizer, para credito do espiritismo, que ele alcançou o propósito, convertendo muitas pessoas, que tinham crença que em nada se fixava, para uma crença, uma fé firme em algum tipo de vida futura. Isso, como dissemos no último capítulo, é indubitavelmente um magnífico, resultado, embora haja os que acreditam que foi obtido a um grande custo.

Não há dúvida de que há perigo no espiritismo para as naturezas emocionais, nervosas e facilmente influenciáveis, e é sensato não levar as investigações longe demais, por motivos que a esta altura já devem ser óbvias para o estudante. Não há porém maneira mais pronta para romper a descrença em tudo quanto não pertença ao plano físico do que tentar uns poucos experimentos, e talvez valha a pena correr alguns riscos, ao efetuá-los.

Leadbeater honestamente afirma que, a despeito da fraude e decepção que indubitavelmente têm ocorrido em alguns casos, há grandes verdades dentro do espiritismo, verdades que podem ser descobertas por quem quer que deseje devotar o tempo requerido e também a paciência necessária às suas investigações. Há naturalmente uma literatura crescente sobre o assunto.

Além disso, bom trabalho, similar ao que é feito pelos Auxiliares Invisíveis ( ver capítulo XXVIII), foi feito às vezes através de um médium ou de alguém presente às sessões. Assim, embora o espiritismo tenha, com demasiada freqüência, detido almas que, a não ser por isso, teriam conseguido mais rápida liberação, também tem fornecido os meios de evasão para outras, abrindo assim o caminho do progresso para elas. Houve casos em que pessoas mortas puderam aparecer, sem a assistência de um médium, aos seus parentes e amigos e explicar-lhes o que desejavam. Mas tais casos são raros, e na maioria as almas ligadas à terra podem aliviar suas ansiedades apenas através dos serviços de um médium, ou de um “Auxiliar Invisível”consciente.

É, pois, errado observar apenas o lado obscuro do espiritismo: Não devemos esquecer que ele tem feito muito bem nessa espécie de trabalho, dando aos mortos uma oportunidade de arranjar seus assuntos depois de uma súbita e inesperada partida.

O estudante destas páginas não se deveria surpreender ao saber que entre os espíritas estão alguns que nada sabem, por exemplo, sobre reencarnação, embora haja escolas de espiritismo que ensinem isso. Já vimos que, quando um homem morre, quase sempre recorre à companhia daqueles que conheceu na terra; move-se entre eles exatamente da mesma maneira que as pessoas usam quando em vida física. Daí tal homem dificilmente saberá ou reconhecerá o fato da reencarnação após a morte mais do que antes dela. A maioria dos homens está fechada a todas as idéias novas por uma porção de preconceitos: levam para o mundo astral esses preconceitos e não se mostram mais sensíveis à razão e ao senso comum do que o foram no mundo físico.

Naturalmente, o homem que tem a mente aberta pode aprender muitíssimo no plano astral: pode relacionar-se rapidamente com o conjunto dos ensinos teósoficos, e há homens mortos que fazem isso. Por isso é que acontece aparecerem alguns desses ensinamentos entre as comunicações espíritas.

Devemos também ter em mente que há um espiritismo mais alto, do qual o público nada sabe, e que jamais publica relatórios de seus resultados. Os melhores círculos são estritamente particulares, restringidos a um pequeno número de freqüentadores. Em tais círculos as mesmas pessoas se encontram sempre, e ninguém de fora é jamais admitido para evitar qualquer modificação no magnetismo. As condições estipuladas são assim singularmente perfeitas e os resultados obtidos mostram-se, muitas vezes, do mais surpreendente caráter. Com freqüência, os chamados mortos são uma parte tão comum da vida diária da família como os vivos. O lado oculto de tais sessões é magnificente: as formas-pensamentos que as rodeiam são boas e calculadas para elevar o nível mental e espiritual do distrito em que trabalham.

Nas sessões publicas, uma classe bastante inferior de pessoas mortas aparece, por causa da confusão e promiscuidade do magnetismo.

Uma das objeções mais sérias à pratica geral do espiritismo é a de que, no homem comum, depois da morte, a consciência vai-se erguendo com firmeza da parte inferior da natureza para a parte mais alta: o ego, conforme repetidamente dissemos, está sempre retraindo-se dos mundos inferiores. Obviamente, portanto, não pode ser de auxílio para a sua evolução ter a sua parte inferior despertada da inconsciência natural e desejável para a qual está passando e arrastada de volta ao contato com a terra, a fim de se comunicar através de um médium.

Assim, é uma bondade cruel o trazer de novo para a esfera terrestre alguém cujo manas inferior ainda anseia pelas satisfações Kâmicas, ou desejos, porque isso retarda sua evolução e interrompe o que devia seu um progresso bem ordenado. O período em Kamaloka é assim alongado, o corpo astral é alimentado e seu domínio sobre o ego é mantido. Com isso a libertação da alma é retardada, “a Andorinha imortal sendo ainda mantida pelo visco da terra”.

Especialmente em casos de suicídio ou mortes súbitas, é muitíssimo indesejável reacordar Trishna, ou o desejo da existência sensível.

O perigo peculiar a isso aparecerá quando se recordar que, desde que o ego se retrai para si mesmo, torna-se cada vez menos capaz de influenciar ou guiar a porção inferior da sua consciência, que, apesar disso, até que a separação se complete, tem o poder de gerar karma, e sob circunstâncias tais tende mais depressa a acrescentar mais mal do que bem ao seu registro.

Alem disso, as pessoas que levaram uma vida má e estão cheias de anseios pela vida terrena que deixaram e pelos deleites animais que já não podem fruir diretamente, inclinam-se a se reunir em torno de médiuns ou de sensitivos, utilizando-os para sua própria satisfação. Esses estão entre as forças mais perigosas que tão temerariamente enfrentam os irreflexivos e os curiosos.

Uma entidade astral desesperada pode apoderar-se de um sensitivo e obcecá-lo, ou pode mesmo segui-lo até sua casa e apoderar-se de sua esposa ou filha. Houve muitos desses casos, e habitualmente é quase impossível alguém livrar-se de tão obsessora entidade.

Já vimos que o desgosto apaixonado e os desejos dos amigos da terra tendem a induzir as entidades falecidas a descerem novamente para a esfera da terra, causando assim agudo sofrimento aos mortos, bem como interferindo no curso normal da evolução.

Voltando-nos agora para os tipos de entidades que se podem comunicar através de um médium, podemos classificá-las como se segue:

Seres humanos mortos, no plano astral.

Seres humanos mortos, no devacan.

Sombras.

Cascões.

Cascões vitalizados.

Espíritos-da-natureza.

O ego do médium.

Adeptos.

Nirmanakayas.

Visto que a maioria já foi descrita no capítulo XIV, Entidades Astrais, pouco mais é necessário dizer sobre eles.

É teoricamente possível para qualquer pessoa morta, no plano astral, comunicar-se através de um médium, embora seja muito mais fácil dos níveis inferiores, tornando-se mais difícil à proporção que a entidade se eleva para subplanos superiores. Daí, sendo idênticas outras coisas, é natural esperar que a maioria das comunicações recebidas nas sessões venham dos níveis inferiores e portanto de entidades relativamente pouco desenvolvidas.

O estudante recordará – pelo que já ficou dito – que os suicidas e outras vitimas de morte súbita, inclusive os criminosos executados, tendo sido cortados do fluxo integral da vida física, estão especialmente sujeitos a ser atraídos para um médium, na esperança de satisfazerem seu Trishna, ou sede de vida.

Consequentemente, o médium é a causa do desenvolvimento, nelas, de uma nova série de Skandhas – ver cap XXIV – um novo corpo com tendências e paixões piores do que as que tinham perdido. Isso trará males inenarráveis para o ego e o levará a renascer numa existência muito pior do que a anterior.

A comunicação com uma entidade que está no devacan, isto é, no mundo celestial, necessita de alguma explicação a mais. Quando um sensitivo, ou médium, é de natureza pura e elevada, seu ego liberto pode erguer-se até o plano devacânico e ali fazer contato com a entidade que está no devacan. Tem-se, com freqüência, a impressão de que a entidade no devacan veio ter com o médium, mas a verdade é exatamente o contrario: é o ego do médium que se eleva ao nível da entidade no devacan.

Devido às condições peculiares de consciência das entidades no devacan ( das quais não podemos tratar neste livro), as mensagens assim obtidas não podem ser inteiramente aceitas como verdadeiras: no máximo o médium, ou sensitivo, pode saber, ver e sentir apenas o que aquela entidade no devacan sabe, vê e sente. Daí, se houver generalizações, há muita possibilidade de erro, desde que cada entidade no devacan vive em seu próprio departamento particular no mundo celestial.

Além dessa fonte de erros, embora os pensamentos, o conhecimento e os sentimentos da entidade devacânica formem a substância, é possível que a própria personalidade do médium e suas idéias preexistentes rejam a forma de comunicação.

Uma sombra pode frequentemente aparecer e comunicar-se, nas sessões, tomando a aparência exata da entidade falecida, possuindo sua memória, idiossincrasias etc., sendo com freqüência tomada como a própria entidade, embora esta não esteja consciente de qualquer representação. Não passa, na realidade, de “um punhado das qualidades inferiores”da entidade.

Um cascão também se parece exatamente com a entidade falecida, embora não seja mais do que um cadáver astral da entidade, já não existindo ali cada partícula da mente. Chegando ao alcance da aura do médium, ela pode ser galvanizada por alguns momentos numa caricatura da entidade real.

Tais “fantasmas” são desprovidos de consciência, não têm bons impulsos, tendem para a desintegração e, consequentemente, só podem trabalhar para o mal, seja que os vejamos como prolongando sua vitalidade vampirizando nas sessões, ou poluindo o médium e os freqüentadores com conexões astrais de um tipo completamente indesejável.

Um cascão vitalizado pode também comunicar-se por intermédio de um médium. Conforme vimos, ele consiste num cadáver astral animado por um elemental artificial, e é sempre malevolente. Constitui, obviamente, uma fonte de grande perigo para as sessões espíritas.

Suicidas, sombras e cascões vitalizados, sendo vampiros menores, sugam a vitalidade dos seres humanos que podem influenciar. Daí tanto o médium como os freqüentadores se sentirem, com freqüência, fracos e exaustos após uma sessão física. Ensina-se a um estudante de ocultismo como se defender dos seus ataques, mas sem esse conhecimento é difícil, para quem se coloca em seu caminho, evitar de fazer maior ou menor contribuição em se beneficio.

E o uso de sombras e cascões, nas sessões, que faz com que se tornem mescladas de esterilidade intelectual tantas comunicações espíritas. Sua intelectualidade aparente só apresentará reproduções; a marca da não-originalidade estará presente, não havendo sinais de pensamento novo e independente.

Espíritos-da-natureza. A parte que essas criaturas com tanta freqüência assumem nas sessões já foi descrita anteriormente.

Muitos dos fenômenos de sessões espíritas são claramente mais atribuíveis racionalmente a astuciosas fantasias de forças subumanas do que a atos de “espíritos”que, enquanto no corpo, certamente seriam incapazes de tais inanidades.

O ego do médium. Se o médium é puro, lutando ansiosamente pela luz, tal aspiração chega a pô-lo em contato com sua natureza superior e descer a luz da corrente superior, que ilumina a consciência inferior. Então a mente, inferior fica, nessa ocasião, única com seu pai, a mente superior, e transmite tanto conhecimento da mente superior quanto a outra tiver capacidade de reter. Assim, algumas comunicações através de um médium podem vir do próprio ego superior desse médium.

A classe de entidade atraída para as sessões depende, como é natural, e muito, do tipo do médium. Médiuns de tipo inferior inevitavelmente atraem visitantes eminentemente indesejáveis, cuja vitalidade, que esmorece, é revigorada nas sessões espíritas. E isso não é tudo: se em tais sessões estiver presente um homem, ou uma mulher, cujo desenvolvimento também seja baixo, o fantasma será atraído para essa pessoa e pode apegar-se a ela, instalando assim correntes entre o corpo astral da pessoa viva e o corpo astral moribundo da pessoa morta, o que vem a ter resultados deploráveis.

Um Adepto, ou Mestre, com freqüência se comunica com os seus discípulos, sem usar os métodos comuns de comunicação. Se um médium foi discípulo de um Mestre, é possível que a mensagem proveniente dele venha a ser tomada como proveniente de um “espírito” comum.

Um Nirmanakaya é alguém que se aperfeiçoou, que pôs de parte seu corpo físico, mas reteve outros princípios inferiores, permanecendo em contato com a terra apenas para ajudar a evolução da humanidade. Essas grandes entidades podem – e algumas vezes o fazem – comunicar-se através de um médium, mas só se este último for de natureza pura e elevada. Isso, porém, só se dá raramente.

A não ser que um homem tenha ampla experiência de mediunidade, achará difícil acreditar quantas são as pessoas comuns, no plano astral, que ardem no desejo de se apresentarem como grandes mestres do mundo. Habitualmente, são honestos em suas intenções e pensam realmente que têm ensinamentos a dar para a salvação do mundo. Tendo compreendido a inutilidade dos objetos meramente mundanos, sentem – e nisso estão bastante certos – que se pudessem influir na humanidade com suas próprias idéias, o mundo inteiro se tornaria imediatamente um lugar muito diferente.

Lisonjeando o médium com a idéia de que ele é o único medianeiro para algum ensinamento transcendente e exclusivo, e tendo recusado modestamente qualquer grandeza para si próprio, uma dessas entidades comunicadoras é tomada muitas vezes por um arcanjo, no mínimo, ou ainda por alguma manifestação mais direta da Deidade, entre os freqüentadores das sessões. Infelizmente, contudo, essa entidade esquece, sempre, que quando estava viva, no mundo físico, outras pessoas faziam comunicações similares através de vários médiuns, e que então ela não dava a essas pessoas a menor atenção. Não compreende que outros também ainda engolfados nos assuntos do mundo não lhe dão maior atenção e não se deixarão impressionar pelas suas declarações.

Às vezes, tais entidades assumem alguns nomes notáveis, como o de George Washington, Júlio César ou o Arcanjo Miguel, pelo perdoável motivo de que seus ensinamentos terão mais oportunidade de ser aceitos do que se viessem de um simples João da Silva ou Tomás dos Santos.

Às vezes, também, uma dessas entidades, vendo a mente dos outros cheia de reverencia pelos Mestres, tomará a personalidade desses mesmos Mestres, a fim de impor mais facilmente a aceitação das idéias que deseja difundir.

Há ainda as que tentam prejudicar o trabalho do Mestre tomando Sua forma e influenciando Seu discípulo. Embora tenham possibilidade de conseguir uma aparência física quase perfeita, é-lhes inteiramente impossível imitarem o corpo causal do Mestre e, consequentemente, quem possuir visão causal jamais será iludido por essas representações de personalidade.

Em alguns poucos casos, os membros da loja dos ocultistas que originou o movimento espírita ( conforme ficou dito atrás ) têm dado ensinamentos valiosos sobre assuntos de profundo interesse, através de um médium. Mas isso tem acontecido em sessões de família, estritamente particulares, jamais em realizações públicas, pelas quais se paga.

A voz do Silêncio exorta, sabiamente: “Não busques teu Guru nessas regiões mayávicas”. Nenhum ensinamento vindo de preceptor autoproclamado do plano astral deve ser cegamente aceito: todas as comunicações e conselhos que dali vêm devem ser recebidos exatamente como se recebem conselhos similares provenientes do mundo físico. Os ensinamentos devem ser tomados pelo que valem, depois de examinados pela consciência e pelo intelecto.

Um homem não é mais infalível porque lhe acontece estar morto do que o era quando fisicamente vivo. Ele pode passar muitos anos no plano astral e ainda assim não saber mais do que quando deixou o plano físico. De acordo com isso, não devemos dar mais importância às comunicações vindas do mundo astral, ou de qualquer plano mais elevado, do que daríamos a uma sugestão feita no plano físico.

Um “espírito” que se manifesta é, quase sempre, exatamente o que diz ser; muitas vezes, também quase sempre, não é nada daquilo que diz ser. Para o freqüentador comum não há meio de distinguir o verdadeiro do falso, já que os recursos do plano astral podem ser usados para iludir pessoas do plano físico, numa tal extensão que não pode ter confiança nem mesmo nas provas que parecem mais convincentes. Nem por um momento estamos negando que comunicações importantes têm sido feitas em sessões, por entidades autênticas, mas o que dizemos é ser praticamente impossível para um freqüentador comum ter bastante certeza de que não está sendo enganado em meia dúzia de maneiras diferentes.

Do que ficou dito acima veremos como são variadas as fontes através das quais as comunicações vindas do mundo astral podem ser recebidas. Conforme disse H. P. Blavatsky: “A variedade das causas dos fenômenos é grande, e precisamos ser um Adepto e realmente olhar para elas, examinar o que transpira, a fim de estarmos em condições de explicar cada caso quanto ao que ele traz subjacente”.

Completando o que foi citado, podemos dizer que o que a pessoa mediana pode fazer no plano astral, depois da morte, também pode fazer na vida física: comunicações podem ser obtidas mais facilmente através da escrita, em transe, ou utilizando os poderes desenvolvidos e treinados do corpo astral de pessoas, portadoras ou não de um corpo. Seria portanto mais prudente desenvolver dentro de si próprio os poderes da própria alma, em lugar de mergulhar com ignorância em experimentos perigosos. Dessa maneira o conhecimento pode ser seguramente acumulado e a evolução acelerada. O homem deve aprender que a morte não tem real poder sobre ele: a chave do cárcere do corpo está em sua próprias mãos e ele pode aprender a usa-la, se assim o quiser.

Pesando cuidadosamente todas as evidências disponíveis, tanto a favor como contra o espiritismo, pareceria que, se empregado com cuidado e discreção, ele pode ser justificável, simplesmente para romper o materialismo. Desde que tal propósito é obtido, seu uso parece demasiado carregado de perigos, tanto para os vivos como para os mortos, para que se torne aconselhável, como regra geral, embora em casos excepcionais possa ser praticado com segurança e benefício.

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