Sempre fui bastante cético em relação a astrologia. A idéia de que Saturno, em sua órbita ridiculamente distante da Terra, pudesse interferir na forma como eu organizo minha vida sempre me soou, na melhor das hipóteses, como superstição. Mas ultimamente tenho revisto essa posição, e pode ser interessante compartilhar as idéias que estão me fazendo estudar e testar a validade da astrologia.
O que disparou tudo isso foi um texto que li do Leadbeater e que serviu como uma mudança de paradigma. O trecho abaixo (e os demais encontrados nesse post) podem ser encontrados no livro "O Lado Oculto das Coisas", na parte em que ele fala de como somos influenciados pelos planetas.
A explicação talvez se encontre na circunstância de que, assim como o movimento dos ponteiros de um relógio indica a passagem do tempo, conquanto lhe não seja a causa, da mesma forma os movimentos dos astros indicam a predominância de certas influências, sem absolutamente serem responsáveis por elas.
Em lugar de imaginar que Marte, Vênus, ou qualquer outro planeta (em astrologia inclusive a Lua e o Sol são considerados planetas) pudessem afetar minha personalidade ou minha percepção do mundo, o texto sugeria outra hipótese: a de que não fosse Marte que me afetava, mas sim que ambos - Marte e eu - sofressemos influência das energias do nosso sistema solar. De repente, minha mente racional se viu diante de um cenário perfeitamente plausível. Eu já acreditava que os ciclos e forças da natureza, representados pelo prana e pelas estações, por exemplo, interferiam bastante nos ciclos do meu organismo. Que os planetas pudessem também refletir os ciclos do logos solar era um passo pequeno e praticamente óbvio a partir de algo que eu já aceitava.
Leadbeater reforça a idéia de que somos parte do Logos, e portanto sujeitos aos ciclos deste, em uma outra passagem:
O estudo do oculto encara o sistema solar, em toda a sua vasta complexidade, como a manifestação parcial de um grande Ser vivente, e todas as suas partes como aspectos dessa manifestação. (...) Todos os constituintes físicos do sistema solar (...) - tudo isso, coletivamente, é o Seu corpo físico (...).De modo idêntico, os mundos astrais coletivos (...) formam o seu corpo astral, e os mundos coletivos do plano mental são o Seu corpo mental (...). Cada átomo de cada mundo é um centro através do qual Ele é consciente, e, portanto, não só é verdade que Deus é onipresente, senão também que Deus está em tudo.
Fiquei imaginando como os ciclos refletidos pelos planetas podiam se relacionar com nosso desenvolvimento. A linha de raciocínio foi mais ou menos assim: a partir do momento em que nascemos, passamos por várias etapas de desenvolvimento físico, intelectual e emocional que já foram bastante estudadas por médicos, psicólogos e educadores. As influências externas - amigos, sociedade, escola, clima com muito ou pouco sol - são vitais em cada etapa desse desenvolvimento. Pegando como exemplo Urano, que tem uma translação de aproximadamente 84 anos, nota-se que isso significa 12 períodos de aproximadamente 7 anos. Não precisa de muita ajuda do google para ver que existem inúmeras teorias que dividem nosso desenvolvimento em períodos dessa duração. Se o movimento de Urano espelha um determinado ciclo energético do logos solar, podemos fazer uma analogia entre as fases desse ciclo e os 12 signos do zodiaco (ou 12 marcas de macarrão - na minha opinião os nomes dos signos são completamente arbitrários). Assim, nos primeiros 7 anos de vida, uma criança teria uma influência mais ou menos constante desse aspecto do ciclo representado por Urano, e essa influência teria grandes probabilidades de se converter em alguma característica observável. Essa característica observada pode então ser "atribuída" a essa combinação de planeta e signo. Em outras palavras, Urano estar em um determinado signo no momento em que a criança nasce não "determina" uma característica, mas dá um bom indicativo do tipo de influência que essa criança receberá no início de seu desenvolvimento. A analogia pode ser extendida para outros planetas e aspectos da astrologia, ou a outros momentos da vida de uma pessoa, e na verdade é esse o processo que estou conduzindo no momento.
Além do esforço racional pra acomodar a hipótese de uma "astrologia que funciona" às minhas concepções atuais, estou fazendo alguns testes bastante simples. Imprimi o meu mapa natal e o de todas as pessoas que conheço melhor e tenho o horário de nascimento, e estou checando se as características e tendências que podem ser detectadas nos mapas se refletiram nas pessoas que estão ali representadas. Até agora, tive resultados bastante positivos, embora algumas coisas não fossem verdade. O interessante é que as informações que não correspondiam ao que observei nas pessoas eram muito próximas de tentativas de predição - por exemplo dizer que a pessoa gostaria de medicina. O que entendo disso é que é um erro tentar converter conceitos na linha de "tendência a ajudar as pessoas" em idéias concretas, como "gostar de medicina". Os conceitos gerais e tendências psicológicas são bastante coerentes com a realidade.
A interpretação dessas tendências de forma conjunta acaba se tornando extremamente complicada. É fácil pensar em um ciclo isolado, mas cada planeta possui um período de translação diferente, e reflete ciclos diferentes do logos solar. Entender quando determinadas influências comecam e terminam, quais estão "ativas" a cada momento, mapear isso para os nossos ciclos de desenvolvimento, tanto físicos quanto psicológicos, levar em consideração o ambiente sócio-cultural da pessoa representada pelo mapa... A lista de elementos a considerar, aparentemente, é infindável.
Nessa linha, diz Leadbeater:
A um astrólogo é possível, portanto, advertir um homem das circunstâncias em que se verá em um dado momento, mas nenhuma previsão infalível sobre o que ele fará nesse momento pode basear-se exclusivamente nas probabilidades - se bem que devemos reconhecer como semelhantes profecias se aproximam de certezas na hipótese do homem comum, sem vontade.
Ainda estou estudando o assunto, e fazendo verificações. Mas já acho que muito do que estou lendo vai passar a fazer parte das "ferramentas" de análise que utilizo para tentar compreender para onde estou indo, e que ajustes tenho que fazer para manter-me no rumo correto. Vamos ver como essa experiência termina!
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Há um aspecto interessante.
Há um aspecto interessante.
Cada orbe é o corpo físico de um Espírito Planetário. Enquanto âncora gravitacional dos planos que se sucedem e se interpenetram, o planeta pode ou não ter vida manifesta no plano físico, sem embargo de sustentar amplas humanidades nos estamentos mais sutis.
Saturno está bem longe no plano físico, mas o espaço entre a Terra e ele acha-se integralmente preenchido pelos planos progressivamente mais sutis. Compreensível, pois, que as interações sejam possíveis e efetivas.
astrologia
A vida gira...e quem hoje chora pode rir amanha e vice verso