A culpa é sempre do vizinho

Enviado por Mauricio Medeiros em qui, 29/11/2012 - 16:43
apontando o dedo

Estou fazendo aquele curso para poder batizar um filho na Igreja Católica. Hoje é a segunda (e última) aula, e não consigo me conter de ansiedade.

Iupi.

Na primeira, enquanto eu andava pra lá e pra cá com minha filha, pra não ter que ficar ouvindo o palestrante, consegui abstrair de quase tudo que foi dito. Mas prestei atenção na hora que estavam falando do que o ritual significava, pra que servia cada coisa, então não pude me esquivar de alguns comentários.

Por exemplo, "aprendi" que a primeira unção feita serve para dar "fortaleza" à criança. E entre as pérolas dispensadas pelo palestrante, surgiram coisas como:

Pois o batismo não significa que não teremos mais tentações. Apenas que teremos mais força para lutar contra elas. Temos mais força para lutar o "bom combate", como diria o apóstolo Paulo. Por exemplo, quando tarde da noite aquele vizinho coloca uma música alta para tocar, você tem que entender que não é contra o vizinho que estamos combatendo, mas sim contra o mal que está dentro dele, se manifestando através daquelas ações. Ele apenas não conhece, não entende que aquilo não é bom.

Eu parei, fiquei olhando, e filosofando comigo mesmo sobre o quanto isso é comum. Afinal, somos tão bons, né? Todos trabalhando pela evolução, orando, levando "a palavra" até para quem não quer ouvir. Se algo está ruim no mundo, não pode ser comigo, porque Deus está em mim, e Deus é bom. Portanto, está nos outros. É lógico, é agradável, então deve ser por aí mesmo.

Teve uma outra, algo na linha de

Quer ver uma pessoa santa? Olhe para um bebê que acabou de ser batizado. Porque o batismo nos lava do pecado original, nos lava na verdade de todos os pecados. Costumo dizer que se uma pessoa morrer no instante que é batizada ela vai dali direto para o céu.

Como o batismo pode ser feito por qualquer pessoa, em caso de "real necessidade" (por exemplo, a pessoa vai morrer e não dá tempo de chamar um padre), fiquei imaginando se não era mais negócio fazer um batismo junto com a extrema unção. Afinal, dá muito trabalho viver "corretamente", é mais fácil usar o liquid paper universal que o batismo oferece.

Talvez uma das maiores críticas feitas pela Blavatsky ao cristianismo seja o dogma da remissão dos pecados. E é claro que isso pode ser considerado simplesmente uma opinião, mas eu me identifico mais com a Blavatsky do que com a Igreja nesse ponto.

Tem mais algumas horinhas hoje, mas pelo menos hoje acaba...

E caso alguém se pergunte "por qual razão você quer batizar, se não concorda com o que estão falando", me reservo o direito de apenas falar sobre o artigo do sacramento do batismo, e guardar outras razões particulares para mim mesmo. 

Agora, que tinha que ter um textinho padrão pro cara ler, em lugar de dar oportunidade pra gastar metade do tempo despejando opiniões pessoais, eu acho que devia. Sinceramente, acho que nem um terço do que foi dito lá é postura da Igreja.

 

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