Platão expressa sua opinião a respeito do mal

Enviado por Estante Virtual em sab, 24/11/2012 - 00:38

Três séculos e meio antes de Cristo, Platão expressou sua opinião a respeito do mal dizendo que "existe na matéria uma força cega, refratária, que resiste à vontade do Grande Artífice". Essa força cega, sob o influxo cristão, tornou-se fidedigna: foi transformada em Satã!

Sua identidade com Thyphon não pode ser posta em dúvida se lê o relato de Jó a respeito de sua semelhança com os filhos de Deus, diante do Senhor. Ele acusa Jó de ser capaz de maldizer o Senhor, após suficiente provocação. Assim também Typhon, no Livros dos Mortos egípcio, figura como acusador. A semelhança estende-se até os nomes, pois uma das designações de Typhon era Seth, ou Set; como Shatan, em hebraico, significa adversário. Em árabe, a palavra é Shâtana - ser adverso - perseguir - e Manetho diz que assassinou traiçoeiramente Osíris, em cumplicidade com os semitas (os israelitas). Este fato pode ter dado origem à fábula narrada por Plutarco, segundo a qual, na luta entre Hórus e Typhon, Typhon, com medo da maldade que cometera, fugiu por sete dias em um asno e, escapando, gerou os meninos Hierosolymus e Judaeus (Jerusalém e Judéia).

O Professor Reuvens refere-se a uma invocação a Typhon-Seth, e Epifânio diz que os egípcios adoravam Typhon sob a forma de um asno, ao passo que, de acordo com Busen, Seth "surgia gradualmente entre os semitas como pano de fundo de sua consciência religiosa". O nome de asno em copta, AO, é uma variante fonética de IAÔ, e assim o animal tornou-se um trocadilho-símbolo. Assim, Satã é uma criação posterior, nascida da fantasia ardente dos padres da Igreja. Por um revés da sorte, a que os deuses estão tão sujeitos quanto os mortais, Typhon-Seth caiu das alturas eminentes de filho deificado de Adão-Cadmo para a posição degradante de um espírito subalterno, um demônio mítico - um asno. Os cismas religiosos são tão poucos isentos de mesquinhez frágil e dos sentimentos vingativos da Humanidade quanto às querelas sectárias dos leigos. Prova desse fato nos é oferecida pela reforma zoroastriana, quando o Magismo se separou da velha crença dos brâmanes. Os brilhantes devas do Veda tornou-se, sob a reforma religiosa de Zoroastro, devas, ou espíritos do mal do Avesta. Até mesmo Indra, o deus luminoso, foi enviado às trevas para ser substituído, com uma luz mais brilhante, por Ahura-Mazda, a Divindade Sábia e Suprema.

 

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