Lendas antigas da história da Índia

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 19:08

As lendas mais antigas da história da Índia mencionam duas dinastias, atualmente perdidas na noite do tempo; a primeira era a dinastia dos reis, da "raça do Sol", que reinou em Ayôdhyâ (atual Oudh); a segunda, a da "raça da Lua", que reinou em Prayâga (Allâhâbad). Quem quer que desejar informações sobre o culto religioso desses reis primitivos deverá ler o Livro dos mortos, e todos as peculiaridades que dizem respeito ao culto do Sol e aos deuses do Sol. Nunca se faz qualquer menção a Hórus ou Osíris sem os relacionar com o Sol. Eles são os "Filhos do Sol"; "Senhor e Adoradores do Sol" é o seu nome. "O Sol é o criador do corpo, o genitor dos deuses que são os sucessores do Sol". Pococke, em sua engenhosa obra, advoga com firmeza a mesma idéia, e tenta estabelecer ainda mais firmemente a identidade entre as mitologias egípcia, grega e indiana. Ele mostra que o chefe da raça solar de Râjpur - na verdade, o grande Cuclo-pos (Cíclope, ou construtor) - recebia o nome de "O Grande Sol", na mais antiga tradição hindu. Esse Príncipe Gok'la, o patriarca das vastas fileiras de inaquienses, diz ele, "esse `Grande Sol', foi deificado em sua morte, e de acordo com a doutrina indiana da metempsicose, supôs-se que duas alma transmigrou para o touro `APIS', o `SERA-PIS' dos gregos, e o `SOORA-PAS', ou `Chefe do SOL', dos egípcios (...) Osíris, mais propriamente Oosras, significa tanto "um touro", quanto `um raio de luz'. Soora-pas (SERA-PIS), o CHEFE DO SOL", pois o Sol em sânscrito é Sûrya. A obra La Manifestation à la Lumière, de Champollion, fala em todos os seus capítulos, das duas Dinastias dos Reis do Sol e da Lua. Mais tarde, esses reis foram deificados e transformados, após a morte, em divindades solares e lunares. Seu culto foi a primeira corrupção da grande fé primitiva que considerava justamente o Sol e os seus ígneos raios dadores de vida como o símbolo mais apropriado para nos lembrar da presença universal daquEle que é mestre da Vida e da Morte. Tal fé pode ser rastreada atualmente em todo o globo. Tratava-se da religião dos antigos brâmanes védicos, que chamam, nos hinos mais antigos do Rig-Veda, a Sûrya (o Sol) e a Agni (o fogo), de "regente do universo", "senhor dos homens", e "rei sábio". Era o culto dos magos, dos zoroastristas, dos egípcios e dos gregos, chamassem-no eles de Mithra, ou Ahura-Mazda, ou Osíris, ou Zeus, mantendo-o em honra de seu parente mais próximo, Vesta, o puro fogo celestial. E essa religião acha-se também no culto solar peruano; no sabeanismo e na

heliolatria dos caldeus, na "pira ardente" mosaica, na reverência dos chefes dos povos para com o Senhor, o "Sol", e mesmo na ereção abrâmica dos altares de fogo e nos sacrifícios dos judeus monoteístas a Astarte, a Rainha do Céu.

Até o presente, com todas as controvérsia e pesquisas, a História e a Ciência permanecem como sempre nas trevas, no que respeita à origem dos judeus. Eles podem muito bem ser os Chandâlas ou Pariahs, exilados da Índia antiga, os "pedreiros" mencionados por Vina-Snati, Veda-Vyâsa e Manu, ou os fenícios de Heródoto, ou os Hyksôs de Josefo, ou os descendentes dos pastores pâli, ou uma mistura de todos esses. A Bíblia denomina os tirianos de povo consangüíneo, e vindica o domínio sobre eles.

Há na Bíblia mais de um personagem importante cuja biografia lhe aponta o caráter de herói mítico. Samuel é o personagem da Comunidade Hebraica. Ele é o doppel de Sansão, do Livro dos juízes, como se verá - sendo ele o filho de Ana e EL-KAINA, como Sansão o foi de Manua ou Manoah. Ambos eram caracteres fictícios, como agora o indica o livro revelado; um era o Hércules hebreu, e o outro Ganesa. Credita-se a Samuel a façanha de ter estabelecido uma república, destruindo o culto cananita de Baal e Astarte, ou Adónis e Vênus, e estabelecendo o de Jeová. Como o povo pedia um rei, ele ungiu a Saul, e, depois dele, a Davi de Belém.

Davi é o rei Arthur israelita. Realizou grandes façanhas e estabeleceu um governo na Síria e um Induméia. Seu domínio se estendeu à Armênia e à Assíria, a norte e nordeste, ao Deserto sírio e ao Golfo Pérsico, a leste, à Arábia, ao sul e ao Egito e ao Levante, a oeste. Somente a Fenícia não estava incluída.

Sua amizade com Hirão parece que ele fez sua primeira expedição à Judéia partindo desse país. E sua longa permanência em Hebron, a cidade dos Cabiri (Arba, ou quatro), parece implicar igualmente que ele estabeleceu uma nova religião no país.

Depois de Davi, veio Salomão, poderoso e luxuriento, que procurou consolidar o domínio que Davi havia obtido. Como Davi era um adorador de Jeová, um templo a Jeová (Tukht-i-Sulaiman) foi edificado em Jerusalém, ao passo que os santuários a Maloch-Hércules, Chemosh e Astarte foram erguidos no Monte das Oliveiras. Tais santuários perduraram até Josias.

Em seguida, armaram-se conspirações. Revoltas estalaram em Iduméia e Damasco; e Ahijah, o profeta, liderou o movimento popular que resultou na deposição da casa de Davi e na coroação de Jeroboão. Desde então predominaram os profetas em Israel e prevaleceu o culto do bezerro em todo o país; os sacerdotes dominaram a frágil dinastia de Davi, e o lascivo culto local se estendeu a todo o país. Após a destruição da casa de Ahab, e do fracasso de Jehu e seus descendentes em unir o país sob um único comando, tentativa foi feita em Judá. Isaías havia posto fim à linha direta na pessoa de Ahaz (Isaías, VII,9), colocado no trono um príncipe de Belém (Miquéias, V, 2, 5). Era este Ezequiel. Ao subir ao trono, convidou ele os chefes de Israel a unirem-se numa aliança contra a Assíria (2 Crônicas, XXX, 1, 21; XXXI, 1, 5; 2 Reis, XVIII, 7). Estabeleceu, a que parece, um colégio sagrado (Provérbios, XXV, 1), e, posteriormente, modificou o culto (A referência às Crônicas parece estar errada e a referência aos Provérbios não é coroborada pelo texto em si mesmo.

Isto demonstra que são míticas as histórias de Samuel e Davi e Salomão. Foi por essa época que muitos dos profetas que também eram letrados começaram a escrever.

O país foi finalmente dominado pelos assírios, que encontraram o mesmo povo e as mesmas instituições que os da Fenícia e de outras nações.

Ezequiel não era filho natural, mas adotivo de Ahaz. Isaías, o profeta, pertencia à família real, e acreditava-se que Ezequiel era seu genro. Ahaz recusou aliar-se ao profeta e ao seu partido, dizendo: "Não tentarei ao Senhor" (Isaías, VII, 12). Declarou o profeta: "Se não acreditardes, não permanecereis" - prenunciando a deposição de sua linhagem direta. "Aborreceis a meu Deus", replicou o profeta, predizendo o nascimento de uma criança por uma almeh, ou mulher do templo, antevendo ainda que, antes de ela atingir a maturidade (Hebreus, V, 14; Isaías, VII,16; VIII, 4), o rei da Assíria dominaria a Síria e Israel. Essa é a profecia que Irineu procurou relacionar a Maria e Jesus, e a razão por que a mãe do profeta nazareno é representada como pertencente ao templo e consagrada a Deus desde a sua infância.

Numa segunda canção, Isaías, celebrou o novo chefe, sentado no trono de Davi (IX, 6, 7; 1), que deveria fazer voltarem às casas os judeus que a aliança havia mantido cativos (Isaías, VII, 2-12; Joel, III, 1-7; Abdias, 7,11, 14). Miquéias - seu contemporâneo enunciou o mesmo evento (IV, 7-13; V, 1-7). O Redentor também deveria vir de Belém; em outras palavras, seria da casa de Davi; e deveria resistir à Assíria com a qual Acaz se aliara, e também reformar a religião (2 Reis, XVIII 408). Isso Ezequias fez. Ele era neto de Zacarias, o vidente (2 Crônicas, XXVI, 5), o conselheiro de Usías; e assim que subiu ao trono, restaurou a religião de Davi, e destruiu os últimos vestígios da de Moisés, i. e., a doutrina esotérica, declarando "nossos pais caíram sob a espada" (2 Crôn., XXIX, 6-9). Ele tentou em seguida uma união com a monarquia do Norte,

havendo então um interregno em Israel (2 Crôn, XXX, 1,2,6; XXXI, 1,6, 7). Ele teve sucesso mas isso resultou numa invasão do rei da Assíria. E houve então um novo régime. Tudo isso mostra o curso de duas correntes paralelas no culto religioso dos israelitas; uma que pertence à religião do Estado e que adota exigências políticas; e outra, que é pura idolatria, resultante da ignorância da verdadeira doutrina esotérica pregada por Moisés. Pela primeira vez, desde que Salomão as construíra, "os planos foram tomados".

Foi Ezequias o esperado Messias da religião exotérica do Estado. Ele foi o rebento do tronco de Jessé, que libertaria os judeus de um deplorável cativeiro, sobre o qual os historiadores hebreus parecem fazer silêncio, evitando cuidadosamente qualquer menção a esse fato particular, porém que os irascíveis profetas imprudentemente revelam. Se Ezequias esmagou o culto exotérico de Baal, ele também arrancou violentamente o povo de Israel da religião de seus pais, e dos ritos secretos instituídos por Moisés.

Foi Dario Hystaspes quem pela primeira vez estabeleceu uma colônia persa na Judéia, cujo chefe foi talvez Zoro-Babel. "O nome Zoro-Babel significa "a semente ou o filho da Babilônia" - como Zoro-astro, é a semente, filho ou príncipe de Ishtar". O próprio Sião recebia o nome de Judéia, e havia uma Ayôdhyâ, na Índia. Os templos de Shalom, Paz, eram numerosos. Por toda a Pércia e o Afeganistão os nomes de Saul e Davi eram comuns. A "Lei" é atribuída por sua vez a Ezequiel, a Esdras, a Simão o Justo, e ao período asmoniano. Nada definitivo, por toda parte contradições. Quando o período asmoniano teve início, os principais defensores da Lei foram chamados de asidues ou kasdim (caldeus), e posteriormente de fariseus ou pharsi (parsis). Isso indica que as colônias persas foram estabelecidas na Judéia e governaram o país, ao passo que todos os povos mencionados nos livros Gênese e de Josué aí viveram como uma comunidade (ver Esdras, IX,1).

Não há nenhuma história real no Velho Testamento, e as únicas informações históricas que se podem recolher são aquelas que se acham nas indiscretas revelações dos profetas. O livro, como um todo, deve ter sido escrito em diversas épocas, ou antes inventado como uma autorização para algum culto posterior, cuja origem pode ser traçada com facilidade em parte dos mistérios órficos, e em parte dos antigos ritos egípcios com os quais Moisés estava familiarizado desde a sua infância.

 

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