A emanação da causa suprema

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 19:05

A Heptaktys (ou IAHO ) não é a Causa Suprema, mas simplesmente uma emanação dEle - a primeira manifestação visível do Poder Não Revelado. "Seu Sopro Divino, que, surgindo violentamente, se condensou, brilhando com radiância, até que se transformou em Luz, e assim se tornou visível aos sentidos externos", diz John Reuchlin. Tal é a emanação do Supremo, o Demiurgo, uma multiplicidade numa unidade, os Elohim, que vemos criando nosso mundo, ou antes moldando-o, em seus dias, e descansando no sétimo. E quem são esses Elohim, senão poderes evemerizados da Natureza, os fieis mensageiros manifestos, as leis daquEle que é lei e harmonia imutável?

Eles demoram no sétimo céu (ou mundo espiritual), pois foram eles que, segundo os cabalistas, formaram sucessivamente os seis mundos materiais, ou melhor, os seis esboços de mundos, que precederam o nosso, que, conforme dizem, é o sétimo. Se, deixarmos de lado a concepção metafísico-espiritual, prestarmos atenção apenas ao problema religioso-científico da criação em "seis dias", no qual nossos melhores eruditos da Bíblia tanto meditaram em vão, poderemos, talvez, desentranhar o sentido oculto dessa alegoria. Os antigos eram filósofos, congruentes em todas as coisas. Assim, eles ensinaram que cada um desses mundos, tendo alcançado a sua evolução física, e atingido - graças a nascimentos, crescimento, maturidade, velhice e morte - o fim de seu ciclo, retornaram à sua forma subjetiva primitiva de terra espiritual, servindo, doravante, por toda a eternidade, como morada daqueles que a haviam habitado como homens, e mesmo animais, porém que serão agora espíritos. Essa idéia, embora seja tão difícil de provar quanto a de nossos teólogos relativa ao Paraíso, é, pelo menos, um pouco, mas filosófica.

Assim como o homem, e como todas as outras coisas vivas sobre ele, nosso planeta está sujeito à evolução espiritual e física. De um impalpável pensamento idéia sob a Vontade criativa d'AquEle de quem nada sabemos, e que só podemos conceber obscuramente na imaginação, este globo tornou-se fluido e semi-espiritual, e então se condensou mais e mais, até que o seu desenvolvimento físico - matéria, o demônio tentador - o compeli a tentar sua própria faculdade criadora. A Matéria desafiou o ESPÍRITO, e a Terra teve também a sua "Queda". A maldição alegórica sob a qual ele trabalha é que ele apenas procria, e não cria. Nosso planeta físico é apenas o servo do espírito, seu patrão. "Maldita é a terra (...) espinhos e cardos ela produzirá", dizem os Elohim. "Na dor parirás teus filhos." Os Elohim dizem isto à terra e à mulher. E essa maldição perdurará até que a menor partícula de matéria sobre a terra tenha sobrevivido a seus dias, até que todo grão de pó se tenha transformado, pela transformação gradual através da evolução, numa parte constituinte de uma "alma viva", e até que esta tenha completado o arco cíclico, e finalmente se deponha - se próprio Metratron, ou Espírito Redentor - aos pés do patamar superior dos mundos espirituais, como na primeira hora de sua emanação. Além, repousa o grande "Abismo" - UM MISTÉRIO!

Deve-se lembrar que toda cosmogonia tem uma trindade de trabalhadores à sua testa - Pai, espírito; Mãe, Natureza, ou matéria; e o universo manifestado, o Filho, ou resultado de ambos. O universo, assim como cada planeta que ele compreende, passa também por quatro idades, como o próprio homem. Todos têm sua infância, sua juventude, sua maturidade e sua velhice, e essas quatro idades, acrescentadas a três outras, perfazem novamente o sete.

 

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