A representação budista do Monte Meru

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 01:49

É na representação budista do Monte Meru, chamado pelos birmanises Myénmo, e pelos siameses de Sineru, que nós encontramos um dos originais de Adão-Cadmo, Zeir-Anpîn, o "homem celestial", e de todos os Aeons, Sephiroth, poderes, domínios, tronos, virtudes e dignidade da Cabala. Entre duas colunas, que são unidas por um arco, cuja abóbada é em forma de meia-lua. Este é o domínio em que reside a Suprema Sabedoria do Âdi-Buddha, a Divindade Suprema e Invisível. Ao lado desse ponto central mais elevado, vem o círculo da emanação direta do Desconhecido - o círculo de Brahmâ segundo alguns hindus, do primeiro avatâra de Buddha, segundo outros. Isso corresponde ao Adão-Cadmo e às dez Sephiroth. Nove dessas emanações são circundadas pela décima, e ocasionalmente são representadas por pagodes, cada um portanto um nome que exprime uma das qualidades principais da Divindade manifesta. Abaixo, então, vêm os sete estágios, ou esferas celestiais, sendo esferas circulada por um mar. Essas são as mansões celestiais dos devatâs, ou desses, cada um deles perdendo um pouco de sua santidade e pureza, à medida que se aproximam da Terra. Em seguida vem o próprio Meru, formado por círculos inumeráveis dentro de três círculos maiores, representando a Trindade do homem; e para alguém familiarizado com o valor numérico das letras dos nomes bíblicos, como o da "Grande Besta", ou o de Mithras, e outros, trata-se de um assunto fácil estabelecer a identidade dos deuses-Meru com as emanações, ou com as Sephiroth dos cabalistas. Também os gênios dos nazarenos, com as suas missões especiais, são todos eles encontrados nesses mitos mais antigos, numa mais perfeita representação do simbolismo da "doutrina secreta", como era ensinada em eras arcaicas.

O conjunto é rodeado por Mahâ-Samudra, ou o grande mar - a luz astral e o éter dos cabalistas e dos cientistas; e dentro do círculo central aparece "a semelhança com um homem". Ele é o Akhamôth dos nazarenos, a unidade dupla, ou o homem andrógino: a encarnação celestial, e uma representação perfeita de Zei-Anpîn (pequena face) o filho de Arikh-Aripîn (face longa). Agora, essa semelhança é representada em muitas lamaserias por Gautama Buddha, o último dos avatâras encarnados. Ainda mais embaixo, sob Meru, fica a morada da grande Nâga (literalmente "serpente", no Panteão hindu, é o nome dos espíritos dragão e serpente), que é chamada de Râjâ-Nâga, a serpente-rainha - a serpente do Gênese, a Ophis gnósticas - e a deusa da terra, Bhûmayî-Nârî, que receia o grande dragão, pois ela é Eve, "a mãe de tudo o que vive". Ainda mais embaixo está a oitava esfera, as regiões infernais. As regiões mais superiores de Brahmâ são rodeadas pelo Sol, pela Luz e pelos planetas, os sete astrais dos nazarenos e justamente dessa maneira são descritos no Codex.

Estes são os sete demônios impostores que iludiram os filhos de Adão: O nome de um deles é Sol, do outro é Spiritus Venereus, Astro; do terceiro é Nebu, Mercurius, um falso Messias; ... o nome é Sin, Luna; o quinto é Khîyûn, Saturno; o sexto é Bel, Zeus; o sétimo Nerig, Marte." Em seguida há "Sete Vidas procriadas", sete bons Astrais, "os quais são de Kebar-Ziwa, e são aqueles brilhantes, que brilham com forma e esplendor próprios que provêm do alto... No portal da CASA DA VIDA, o trono está dignamente colocado para o Senhor do Esplendor, e há TRÊS habitações". As habitações da Trimûrti, a trindade hindu estão colocadas ao lado da chave da abóbada - a meia-lua dourada, na representação de Meru. "E havia sob os seus pés [do Deus de Israel] como uma obra de pedra de safira." (Êxodo, XXIV, 10). Sob a meia-lua está o céu de Brahmâ, toda pavimentada com safiras. O paraíso de Indra é resplandecente com mil Sóis; o de Shiva (Saturno) fica no nordeste; seu trono é feito de lápis-lazuli e o chão do céu é de ouro incandescente. "Quando ele senta no trono, ele arde em chamas até a altura dos rins."

Nesse deus reconhecemos a descrição dada por Ezequiel, no primeiro capítulo de seu livro, de sua visão, em que ele apreende a "semelhança de um homem" nas quatro criaturas viventes, que têm "quatro faces, quatro asas", que têm um par de "pés retilíneos que cintilam como a cor do bronze queimado... e seus anéis estavam cheios de olhos em volta de todos os quatro". Trata-se do trono e do céu de Shiva que o profeta descreve ao dizer "... e havia algo parecido com um trono, com a aparência de uma safira... e eu vi como a cor de âmbar [ouro] na aparência de fogo à sua volta... de seus rins e até mais para cima, e da aparência dos seus rins até mais para baixo, eu vi como aparência de fogo". (Ezequiel, I, 26, 27). "E seus pés eram semelhantes ao latão fino quando está numa fornalha ardente" (Apocalipse, I,15). "E a semelhança do semblante deles era... uma tinha o rosto de um querubim, e o rosto de um leão... eles também tinham o rosto de um boi e o rosto de uma água" (Ezequiel, I, 10; X, 14). Essa aparência quádrupla, encontramos nos dois querubins de ouro, nas duas extremidades do arco; essas quatro faces simbólicas foram adotadas, mais tarde, pelos evangelistas, uma por cada um como se pode verificar facilmente nas figuras de Mateus, Marcos, Lucas e João, prefixadas em seus respectivos evangelhos, na Vulgata Romana e nas Bíblias gregas.

A identidade de Saturno com Shiva é mais corroborada ainda, se considerarmos o emblema deste último, o damaru, que é uma ampulheta, para mostrar a evolução do tempo, representada por esse deus na sua capacidade de destruição. O boi Nandi, o vâhana de Shiva e o mais sagrado emblema desse deus, é reproduzido no Ápis egípcio e no boi criado por Ormasde e morto por Ahriman. A religião de Zoroastro, baseada na "doutrina secreta", foi mantida pelo povo de Eritene; era a religião dos persas quando eles conquistaram os assírios. Desde aí, é fácil delinear a introdução desse emblema de VIDA representado pelo boi, em cada sistema religioso. O colégio dos magos o aceitou com a mudança da dinastia; Daniel é descrito como um rabino, o chefe dos astrólogos babilônios e dos magos; e por essa razão vemos os pequenos bois assírios e os atributos de Shiva reaparecendo de forma pouco modificada nos querubins dos judeus talmudísticos, assim como detectamos o boi Ápis nas esfinges ou nos querubins do Arco Mosaico; e como os encontramos há alguns milhares de anos mais tarde, na companhia de um dos evangelistas cristãos, Lucas.

Quem alguma vez viveu tempo suficiente na Índia para se familiarizar, mesmo superficialmente, com as divindades nativas, deve verificar a semelhança entre Jeová e outros deuses, ao lado de Shiva Como Saturno, este último sempre foi muito respeitado pelos talmudistas. Ele foi reverenciado pelos cabalistas alexandrinos como o inspirador direto da lei e dos profetas; um dos nomes de Saturno era Israel, e nós mostraremos, em tempo, a sua semelhança de certa maneira, com Abraão, que Movers e outros sugeriram há muito tempo. Portanto, não deve nos causar espanto que Valentino, Basilides e os gnósticos ofitas colocassem a morada de seu Ialdabaôth, que também tanto é um destruidor, como um criador, no planeta Saturno; pois foi ele que ditou a lei no deserto e falou pela boca dos profetas. Se forem necessárias mais provas, nós as mostraremos no testemunho da própria Bíblia canónica. Em Amos, o Senhor se encolarizou com o povo de Israel. Ele rejeitou a queima de seus sacrifícios e ofertas e não ouviu as suas preces, mas indagou de Amos, "eles ofereceram sacrifícios e oferendas para mim no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? Porém, eles usaram o tabernáculo de teu Maloch e Chiun tuas imagens, a estrela de teu deus"(v. 25, 26). Quem eram Maloch e Chiun, a não ser Baal-Saturno-Shiva, e Chiun, Khîyûn, o mesmo Saturno cuja estrela os israelitas usaram para si mesmos? Parece não haver escapatória neste caso; todas essas divindades são idênticas.

 

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