A Perpetuação de Uma Crença

Enviado por Estante Virtual em qui, 22/11/2012 - 20:24
Para que uma crença se torne universal, é preciso que ela se fundamente sobre uma imensa acumulação de fatos, que visem a fortificá-la de uma geração a outra. À testa de tais crenças está a Magia, ou, se preferir - a Psicologia oculta. Quem, dentre aqueles que apreciam os seus tremendos poderes a partir de suas frágeis e semiparalisados efeitos em nossos países civilizados, ousaria negar em nossos dias as afirmações de Porfírio e Proclo, de que mesmo os objetos inanimados, tais como estátuas de deuses, poderiam ser postos em movimento e exibir um vida artificial por alguns instantes? Quem pode negar a afirmação? Aqueles que testemunham diariamente sobre as próprias assinaturas que viram mesas e cadeiras moverem-se e caminhar, e lápis escreverem, sem contato? Diógenes Laércio fala-nos de um certo filósofo, Stilpo, que dois exilado de Atenas pelo Aerópago, por ter ousado negar publicamente que a Minerva de Fídias era algo mais do que um bloco de mármore. Mas nosso século, depois de ter imitado os antigos em tudo o que era possível, mesmo em suas denominações, tais como "senado", e "cônsul", etc.; e depois de admitir que Napoleão, o Grande, conquistou três quartos da Europa aplicando os princípios de guerra ensinados por César e Alexandre, nosso século julga-se tão superior ao seus preceptores no que concerne à Psicologia que é capaz de enviar ao manicômio todos os que acreditam nas "mesas girantes".
 
Seja ela qual for, a religião dos antigos é a religião do futuro. Mais alguns séculos, e não haverá mais crenças sectárias em nenhuma das grandes religiões da Humanidade. Bramanismo e Budismo, Cristianismo e Maometismo desaparecerão diante do poderoso afluxo de fatos. "Derramarei meu espírito sobre toda a carne", escreve o profeta Joel (Joel II,28). "Em verdade vos digo (...) fareis obras maiores do que estas", promete Jesus (João XIV,12). Mas isso só ocorrerá quando o mundo retornar à grande religião do passado; o conhecimento dos majestoso sistemas que precederam, em muito, o Bramanismo, e mesmo o monoteísmo primitivo dos antigos caldeus. Até então, devemos nos lembrar dos efeitos diretos do mistério revelado. Os únicos meios com a ajuda dos quais os sábios sacerdotes da Antigüidade podiam inculcar nos grosseiros sentidos das massas a idéia da Onipotência da vontade Criadora ou da CAUSA PRIMEIRA; a saber, a animação divina da matéria inerte, a alma nela infundida pela vontade potencial do homem, imagem microcósmica do grande Arquiteto, e o transporte de objetos pesados através do espaço e dos obstáculos materiais.

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