A Índia Antiga

Enviado por Estante Virtual em qui, 22/11/2012 - 20:14
Muitos são os eruditos que tentaram, com a sua melhor habilidade, fazer justiça à Índia antiga. Colebrooke, Sir William Jones, Barthelémy St.-Hilaire, Lassen, Weber, Strange, Burnouf, Hardy e finalmente Jacolliot, todos testemunharam as suas realizações na legislação, na ética, na filosofia e na religião. Nenhum povo do mundo jamais atingiu a grandeza de pensamento nas concepções ideais da Divindade e de sua prole, o HOMEM, do que os metafísicos e teólogos sânscritos. "Minhas queixas contra muitos tradutores e orientalistas", diz Jacolliot, "embora admire o seu profundo conhecimento, é que, não tenho vivido na Índia, faltam-lhes a justeza de expressão e a compreensão do sentido simbólico dos cantos poéticos, das orações e das cerimônias; incorrendo eles não raro em erros materiais, seja de tradução ou de julgamento".
 
Que é a Índia, o país menos explorado, e menos conhecido do que qualquer outro, a que todas as outras grandes nações do mundo devem as suas línguas, as suas artes, as suas ideologias e a sua civilização. O progresso dessa nação, que se estagnou séculos antes de nossa era, até paralisar-se por completo nas seguintes; mas em sua literatura achamos a prova irrefutável de suas passadas glórias. Se não fosse tão espinhoso o estudo do sânscrito, por certo se despertaria a inclinação pela literatura indiana, comparavelmente mais rica e copiosa que nenhuma outra. Até agora, o público em geral, em busca de informações, teve que contar com uns poucos eruditos que, não obstante a sua grande sabedoria e fidedignidade, não estão à altura de traduzir e comentar mais do que uns poucos livros extraídos do número quase incontável de obras que, não obstante o vandalismo dos missionários, ainda restaram para mostrar o poderoso volume da literatura sânscrita. E para cumprir tal tarefa requerer-se-ia o trabalho de toda a vida de um europeu. Eis por que as pessoas julgam apressadamente, e cometem com freqüência os erros mais crassos.
 
É com na força de evidências circunstanciais - a da razão e a da lógica - que afirmamos que, se o Egito deu à Grécia a sua civilização, e esta levou a Roma, o próprio Egito recebeu, naqueles séculos desconhecidos, quando reinava Menes, suas leis, suas instituições, suas artes e suas ciências da Índia pré-védica; e que portanto é nessa antiga iniciadora dos sacerdotes - adeptos de todos os outros países - que devemos buscar a chave dos grandes mistérios da Humanidade.
 
E quando dizemos indiscriminadamente "Índia", não pensamos na Índia de nossos dias modernos; mas na do período arcaico. Nos tempos antigos, alguns países que agora conhecemos por outros nomes chamavam-se todos Índia. Havia uma Índia Alta, uma Baixa e uma Índia Ocidental, que é hoje a Pércia-Irã. Os países que agora se chamam Tibete, Mongólia, e Grande Tartária eram também considerados pelos escritores antigos como Índia.

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