O estudante Teosófico deveria sempre lembrar que a motivação correta é de importância primordial em todo o trabalho que ele assumir, e que só pela força da motivação altruísta e do sincero desejo de auxiliar a humanidade os Mestres podem ser alcançados. Não é necessário que o aspirante em seus estágios iniciais possua um intenso amor pela humanidade como um todo; podemos seguramente presumir que será suficiente se ele procurar agir altruisticamente em relação àqueles de seu ambiente imediato, pois à medida que persevere ele inevitavelmente deve tornar-se mais e mais sensível ao grito da humanidade sofredora em seu aspecto coletivo.
Portanto é bom que o Teosofista que está despertando para alguma percepção da vida espiritual entenda que a meditação e o serviço são complementares um para o outro e que os melhores resultados advirão quando forem combinados. Não estamos na Sociedade Teosófica apenas pelo que possamos ganhar dela; nós somos membros porque os preceitos da Sabedoria Eterna penetraram fundo em nossos corações e estão remodelando nossas vidas. É o distintivo do homem espiritual dar livremente aos outros antes do que pedir para si; nisso somente a verdadeira felicidade será encontrada. Daí que nossa atitude para com a Sociedade deveria ser por natureza uma interrogação contínua: O que posso fazer para ajudar?
Ao recém-chegado na Sociedade são dadas suas oportunidades e de acordo com sua capacidade é julgado pelo uso que fizer delas. Pequenos serviços bem feitos freqüentemente contam mais que ambiciosos compromissos irregularmente cumpridos. O estudante que melhor progride é o que desobriga-se fielmente de pequenas coisas, o que está desejoso de limpar as vidraças e acender as luzes da sala da Loja, o que assume diversas tarefas pequenas nos encontros, no que regular e infalivelmente freqüenta a Loja, ou outros encontros em que lhe prometem participação, para treinar-se na preleção e na escrita. Nada mais é preciso dizer sobre isso; uma sugestão para o estudante devoto é suficiente, e a parábola dos talentos é extremamente aplicável ao trabalho Teosófico.
Ao longo de tais linhas de serviço o caminho para o Mestre será desvendado; pois o serviço oferecido voluntariamente deve ser a palavra-chave do aspirante e ele aprenderá a esquecer de si mesmo e de seu próprio progresso pela alegria de prover as necessidades alheias. Que procure desempenhar cada ato de serviço em Nome do Mestre; e assim progrida em perseverança e firmeza até o dia em que ele conhecer o Mestre face a face, e das profundezas de seu ser oferecer-se em feliz entrega ao seu Senhor.
Mas que não pense que a relação entre o Mestre o discípulo seja de alguma forma coercitiva ou uma em que a individualidade do discípulo é submersa na torrente de poder do Mestre. Ao contrário, a influência do Mestre não é uma força hipnótica de fora mas uma inexprimivelmente maravilhosa iluminação a partir de dentro, irresistível porque tão profundamente sentida como estando em perfeito acordo com as mais altas aspirações do discípulo e como a auto-revelação de sua própria natureza espiritual. O próprio Mestre é em plena extensão um canal da Vida Divina e aquilo que emana dele desperta à atividade a semente de divindade dentro do discípulo. Na verdade o estudante que acha inspiração no estudo científico pode descobrir uma analogia sugestiva no fenômeno elétrico da indução. É por causa da identidade de natureza nos dois que a influência do Mestre estimula ao mais alto grau todas as mais nobres e refinadas qualidades no discípulo. O amor do Mestre por um discípulo pode ser comparado à luz do sol que desabrocha o botão do lótus ao fresco ar matinal, e mui verdadeiramente pode ser dito que um sorriso do Mestre evoca uma erupção tal de afeto no pupilo que só seria obtida por meses de meditação escolástica sobre a virtude do amor.
Possam essas poucas sugestões sobre meditação ganhar alguns para o conhecimento dos Grandes Instrutores e para o serviço da humanidade em seus nomes.