Que o estudante comece pensando no corpo físico; então considere como é possível controlá-lo e dirigi-lo, e então em pensamento se separe dele; considere-o como um veículo, e imagine-se por alguns momentos vivendo no corpo astral. Que reflita, então, que ele pode controlar suas emoções e desejos; e, com um grande esforço, repudiar o corpo astral e perceber que ele não é esse corpo de paixões, desejos e emoções em erupção e combate. Que imagine-se vivendo no corpo mental; e considere mais uma vez que pode controlar seus pensamentos, e que tem o poder de orientar sua mente para pensar em qualquer coisa que queira, e novamente com um esforço repudie o corpo mental. O estudante deveria agora deixar-se pairar na livre atmosfera do espírito onde há paz eterna, e, descansando lá por algum tempo, procure com grande intensidade perceber Aquele que é o verdadeiro Eu.
Deixemo-lo agora descer novamente, trazendo consigo a paz de espírito através dos diferentes corpos. Deixemo-lo imaginar a aura do corpo mental irradiando à sua volta, e deixe que a influência da paz o inunde, enquanto reafirma que ele é o Eu que usou o corpo mental como um instrumento a seu serviço. Então descendo para o corpo astral, novamente permita que a paz se irradie através da aura, enquanto reafirma que ele é aquele que usa as emoções como suas servas; e finalmente, que retorne ao corpo físico, reconhecendo-o como um instrumento, e um centro da divina paz, haja o que houver no mundo.
O exercício pode a princípio parecer estranho e infrutífero, pois o corpo físico ainda é a grande realidade, e pensamento e sentimento ainda são a grande realidade, e pensamento e sentimento ainda são passíveis de serem considerados como produtos do cérebro físico. O iniciante deve lembrar que ele está procurando desfazer os hábitos mentais de anos, e portanto não deve impacientar-se por resultados imediatos. Possivelmente muito tempo poderá passar antes que sua intuição lhe assegure infalivelmente que há um poder maior dentro de si, guiando suas ações e moldando seu curso pela vida. Muito naturalmente, ele pode considerar a hipótese de auto-hipnose, o pensamento de que ele possa por degraus sucessivos estar-se iludindo em crenças fantasiosas que não possuem nenhum fundamento de realidade. Para a mente bem equilibrada os primeiros estágios são de longe os mais difíceis, porque há uma reticência natural em aventurar-se no desconhecido e uma tendência em bater em retirada mental a cada suspeita de perigo. A despeito disso, é bastante razoável fazer uma tentativa séria num sistema exposto pelas maiores mentes da antigüidade, prescrito em todas as grandes religiões e experimentado por pessoas eminentemente sãs e sinceras dos dias de hoje. E uma prática um tanto regular e persistente é necessária para conduzir à obtenção de certos resultados. Quão nítidos serão esses resultados e com que rapidez eles aparecerão naturalmente dependerá do temperamento, da diligência e das possibilidades do indivíduo.