A magia nos tempos

Enviado por Estante Virtual em sab, 24/11/2012 - 00:43

Talvez devamos dar uma breve notícia do Diabo europeu. Ele é o gênio que intervém na bruxaria, na feitiçaria e em outros malefícios. Os padres, tomando a idéia dos fariseus, transformaram em diabos os deuses pagãos, Mithra, Serapis e outros. A Igreja Católica Romana denunciou a adoração antiga como comércio com os poderes da escuridão. Os malefici e as feiticeiras da Idade Média eram nada menos do que adeptos da adoração proscrita. A Magia nos tempos antigos fora considerada como ciência divina, sabedoria e conhecimento de Deus. A arte de curar nos templos de Esculápio e nos santuários do Egito e do Oriente sempre foi magia. Até mesmo Darius Hystaspes, que exterminou os magos medos e expulsou, da Babilônia para a Ásia Menor, os teurgos caldaicos, fora instruído pelos brâmanes da Ásia Superior e, finalmente, estabelecia o culto de Ormusde, foi ele próprio denominado de instituidor do magismo. Tudo agora está mudado. A ignorância foi entronizada como a mãe da devoção. A erudição foi condenada e os sábios prosseguiram em sua obra científica como o perigo de suas vidas. Foram obrigados a expor suas idéias em uma linguagem enigmática compreendida apenas pelos seus adeptos e a aceitar o opróbio, a calúnia e a pobreza.

Os fieis da adoração antiga foram perseguidos e condenados à morte por feiticeiros. Os albigenses, descendentes dos gnósticos, e os waldenses, precursores dos protestantes, foram caçados e exterminados sob acusação semelhante. O próprio Martinho Lutero foi acusado de conivência com Satã em pessoa. Todo o mundo protestante ainda está sob o peso da mesma imputação. Não há distinção nos julgamentos da Igreja entre dissensão, heresia e feitiçaria. E, exceto onde a autoridade civil lança sua proteção, eles representam ofensas capitais. A liberdade religiosa é vista pela Igreja como intolerância.

 

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