A Antiguidade de Manu - A Atlântida, o Continente Perdido

Enviado por Estante Virtual em qui, 22/11/2012 - 20:19
Desde Manu-Svayambhuva (o menor, que corresponde ao Adão Cadmo), que proveio de Savayambhuva, ou o Ser que existe por si mesmo, descenderam seis outros Manus (homens que simbolizam os progenitores), cada um dos quais deu origem a uma raça de homens. (...) Esses Manus, todos poderosos, dos quais Svayambhuva é o primeiro, produziram e dirigiram cada um, em seu período - antara -, este mundo composto de seres moveis e imóveis".
 
No Siva-Purâna, lê-se o seguinte:
 
“Ó Siva, deus do fogo, possas tu destruir meus pecados, como o fogo destrói a grama seca da floresta. É por teu poderoso Alentoque Âdima [o primeiro homem] e Heva [a perfeição da vida em sânscrito], os ancestrais dessa raça de homens, receberam a vida e cobriram o mundo com os seus descendentes”.
Não havia nenhuma comunicação por mar com a ilha, mas passagens subterrâneas conhecidas apenas pelos chefes comunicavam-se com ela em todas as direções. A tradição fala de muitas dessas majestosas ruínas da Índia. Ellora, Elephanta, e das cavernas de Ajunta (cadeia de Chandon), que pertenciam outrora a esses colégios, e com as quais se comunicavam subterrâneos. Quem poderá dizer que a Atlântida perdita - que é também mencionada no Livro Secreto, mas sob um outro nome pronunciado na língua sagrada - não existia naqueles dias? O grande continente perdido não poderia ter-se situado talvez ao sul da Ásia, estendendo-se da Índia à Tasmânia? (É uma estranha coincidência que quando a América foi descoberta pela primeira vez algumas tribos nativas a chamassem de Atlanta.) Se a hipótese atualmente tão contestada e positivamente negada por alguns sábios autores que a encaram como uma brincadeira de Platão algum dia se confirmar, estão os cientistas acreditarão talvez que a descrição do continente habitado por deuses não era de todo uma fábula. E eles poderão então compreender que as insinuações veladas de Platão e o fato de ele atribuir a narrativa a Sólon e aos sacerdotes egípcios foram, na verdade, apenas um meio prudente de comunicar o fato ao mundo e combinar habilmente verdade e ficção, de modo a desassociar-se de uma história que as obrigações impostas pela iniciação o proibiam de divulgar.
 
E como poderia o nome Atlântida ter sido inventado por Platão? Atlântida não é um nome grego, e sua construção não apresenta elementos gregos. Brasseur de Bourbourg tentou demonstrá-lo anos atrás, e Baldwin, em Prehistoric Nations and Ancient América, cita esse autor, que declara que “as palavras Atlas e Atlântico não encontram etimologia satisfatória em qualquer linguagem conhecida na Europa. Eles não são gregos, e não podem ser referidos a qualquer língua conhecida do Mundo Antigo. Mas na língua Nahualt (ou tolteca) encontramos imediatamente o radical a, atl, que significa água, guerra, e o alto da cabeça. Dele provém uma série de palavras, como atlan, à margem ou no meio da água; da qual temos o adjetivo Atlântico. Temos também atlaca, combater. (...) Havia uma cidade de nome Atlan quando o continente foi descoberto por Colombo, na entrada do golfo de Urabe, em Darien, com um bom porto. Ela reduziu-se atualmente a um pueblo [aldeia] pouco importante, de nome Acla.
 
Não é extraordinário, para dizer o menos, encontrar na América uma cidade conhecida por um nome que contém um elemento puramente local, estranho ademais a qualquer outro país, na pretensa ficção de um filósofo do século IV a.C.? O mesmo se pode dizer do nome América, que seria mais justo reportar ao Meru, a montanha sagrada no centro dos sete continente, de acordo com a tradição hindu, do que a Américo Vespúcio. Aduzimos as seguintes razões em favor de nosso argumento:
 
1º) Americ, Amerrique ou Amerique é o nome dado na Nicarágua a um planalto ou a uma cadeia de montanhas que se localiza entre Juigalpa e Liberdad, na província de Chontales, e que se estendem por um lado ao país dos Índios Carcas, e por outro ao país dos Índios Ramos.
 
Ic ou ique, como sufixo, significa grande, como cacique, etc.
 
Colombo menciona, em sua quarta viagem, a aldeia de Cariai, provavelmente Caîcai. A localidade abundava em feiticeiros, ou curandeiros; e situava-se na região da cordilheira da América, a 3.000 pés de altura.
 
Todavia, ele não faz menção a esse nome.
 
O nome América Província apareceu pela primeira vez num mapa publicado em St. Dié, em 1507 (O livro de Waldseemüller deixou a gráfica a 25 de abril de 1507. No nono capítulo do livro, se lêem:“ Mas agora que essas partes do mundo foram amplamente examinadas e uma outra quarta foi descoberta por Americu Vesputiu (ou se verá), não vejo razão para não a chamarmos de América, isto é, terra de Americus, pois Americus é o seu descobridor, homem de muita sagacidade, já que a Europa e Ásia receberam na antigüidade nomes de mulheres”.) Até essa data, acreditava-se que a região já fazia parte da Índia. Em 1522, a Nicarágua foi conquistada por Gil Gonzáles de Ávila.
 
2º) “Os nórticos, que visitaram o continente no século X, uma costa plana recoberta de espessa floresta”, chamaram-na Markland, de mark, floresta. O r devia soar de modo vibrante, como em marrick. Ima palavra semelhante encontra-se na região do Himalaia, e o nome da Montanha do Mundo, Meru, pronuncia-se em alguns dialetos Meruah, com a letra h fortemente aspirada. A idéia principal, contudo, é mostrar como dois povos podem aceitar talvez uma palavra de som semelhante, cada uma utilizando-a em seu próprio sentido, e aplicando-a ao mesmo território.
 
“É mais plausível”, diz o Prof. Wilder, “que o Estado da América Central, em que descobrimos o nome Americ significando [como o Meru hindu, poderemos acrescentar] grande montanha, tendo dado o nome ao continente. Vespúcio utilizaria o seu sobrenome se tivesse a intenção de denominar o continente. Se a teoria do Abade de Bourbourg, que aponta Atlan como a raiz de Atlas ou Atlântico, fosse reconhecida, as duas hipóteses poderiam perfeitamente estar em acordo. Como Platão não foi o único autor que tratou de um mundo além das colunas de Hércules, e como o oceano é ainda pouco profundo e apresenta plantas marinhas em toda a parte tropical do Atlântico, não é desarrazoado imaginar que esse continente lá se elevava, ou que lá havia um mundo insular próximo. O Pacífico também oferece indicações de ter sido o populoso império insular dos amalios e javaleses - se não um continente entre Norte e Sul. Sabemos que a Lemúria no oceano Índico é o sonho dos cientistas (Lemúria é um nome sugerido por S. L. Sclater, por volta de 1874, para um continente antigo do Oceano Índico que unia Madagascar e a Malásia. O termo foi adotado pelos teósofos para a designação do habitat continental da Terceira Raça-Raiz.); e que Saara e a região central da Ásia foram outrora leitos oceânicos.
 
Para continuar a tradição, devemos acrescentar que a classe dos hierofantes dividia-se em duas categorias distintas: aqueles que eram instruídos pelos “Filhos de Deus” da ilha e eram iniciados na doutrina divina da revelação pura, e aqueles que habitavam a Atlântida perdida - se esse deve ser o seu nome - e que, sendo de outra raça, nasciam com uma visão que abarcava todas as coisas ocultas, e que suplantava tanto a distância quanto os obstáculos materiais. Em suma, eram a quarta raça de homens mencionada no Popl-Vuch, cuja visão era ilimitada e que conheciam todas as coisas ao mesmo tempo. Eles eram, talvez, o que hoje chamaríamos de “médiuns de nascença”, que não se esforçavam nem sofriam para obter os seus conhecimentos, nem os adquiriam ao preço de qualquer sacrifício. Assim, enquanto os primeiros caminhavam pela trilha de seus instrutores divinos, adquirindo seus conhecimentos passo a passo, e aprendendo ao mesmo tempo a discernir o bem do mal, os adeptos por nascimento da Atlântida seguiam cegamente as insinuações do grande e invisível “Dragão”, o Rei Thevetat ( a Serpente do Gênese?). Thevetat não aprendeu nem adquiriu seus conhecimentos, mas, para emprestar um expressão do Dr. Wilder relativamente à Serpente tentadora, era uma “espécie de Sócrates que conhecia sem ter sido iniciado”. Assim, sob as malévolas insinuações de seu demônio, Thevetat, a raça Atlântica tornou-se uma nação de mágicos, cruéis. Por essa razão, a guerra foi declarada, e a sua história é longa demais para narrar; pode-se encontrar-lhe a essência nas alegorias desfiguradas da raça de Caim, os gigantes, e na de Noé e sua justa família. O conflito chegou ao fim pela submersão da Atlântida; a qual encontra a sua imitação nas histórias do dilúvio babilônico e mosaico: Os gigantes mágicos morreram “(...) assim como toda a carne, e todo homem”. Todos exceto Xisuthrus e Noé, que são substancialmente idênticos ao grande Pai dos Thlinkithianos do Popul-Vuh, o livro sagrado dos guatemaltecos, que também fala de sua fuga num grande barco, como o Noé Hindu - Vaivasvata.
 
Se acreditamos na tradição, devemos dar crédito à história posterior, segundo a qual as alianças entre os descendentes dos hierofantes da ilha e os descendentes do Noé atlante deram origem a uma raça mista de homens justos e perversos. Por um lado, o mundo tinha seu Henoc, seu Moisés, seu Gautama Buddha, seus numerosos “Salvadores” e grandes hierofantes; por outro, seus “mágicos por natureza”, que, devido à falta de freio do poder da própria sabedoria espiritual, e à fragilidade das organizações físicas e mentais, perverteram involuntariamente os seus propósitos perversos. Moisés não tinha uma palavra de censura para os adeptos da profecia e de outros poderes que haviam sido instruídos nos colégios da sabedoria esotérica, mencionados na Bíblia. Suas denúncias reservavam-se àqueles que voluntariamente ou não degradavam os poderes herdados de seus ancestrais atlantes colocando-os a serviço de espara dano a HumnidadeSua cóera despertava contra o espírito de Ob, não contra o de Od.

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