A crença na eternidade, e a indestrutibilidade da matéria

Enviado por Estante Virtual em sex, 23/11/2012 - 01:46

Essa é novamente a fonte de onde os antigos cabalistas tiraram as suas doutrinas idênticas. Se os cristãos entendem o Gênese a seu modo, e ao aceitar literalmente esses textos impõem a crença da criação do mundo a partir do nada à massa inculta, atribuindo além disso a esse mundo um começo, certamente não são os tannaim, os únicos intérpretes do sentido oculto da Bíblia que merecem ser censurados. Eles nunca acreditaram, mais do que qualquer outro filósofo, nas criações espontâneas, limitadas ou ex nihilo. A Cabala sobreviveu para mostrar que a sua filosofia era precisamente a dos modernos budistas do Nepal, os Svâbhâvikas. Eles acreditam na eternidade e na indestrutibilidade da matéria e, a partir disso, em muitas criações e destruições anteriores de mundos, antes do nosso próprio. "Existiram mundos que pereceram." "A partir disso podemos ver que o Único Sagrado abençoado seja o Seu nome, criou e destruiu sucessivamente diversos mundos, antes de criar o mundo atual; e quando Ele criou este mundo disse: `Isso me agrada; os anteriores não me agradaram." Além disso, eles acreditavam, da mesma forma que os svâbhâvikas, agora chamados ateístas, que tudo procede (é criado) de sua própria natureza e que logo que o primeiro impulso é dado pela Força Criativa inerente na "Substância autocriada", ou Sephirah, tudo evolui de si mesmo, segundo o seu modelo, o mais espiritual protótipo que precede na escala da criação infinita. "O ponto indivisível que não tem limite e não pode ser compreendido (porque é Absoluto), se expande do íntimo, e forma uma grandeza que serve de veste (de véu) para o ponto indivisível. ... Ele, também, se expande do interior... Portanto, tudo foi originado através de uma constante agitação elevadora, e dessa forma finalmente o mundo se originou."

 

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