Desenvolvimento de Poderes Astrais

Enviado por Estante Virtual em qua, 14/12/2011 - 16:37

 

A posse de poderes psíquicos ou de força física não envolve necessariamente um elevado caráter moral, nem são os poderes psíquicos, em si mesmos, um sinal de grande desenvolvimento em qualquer outra direção, por exemplo, a do intelecto.

Embora, portanto, não seja verdade que um grande psíquico seja uma pessoa espiritual, é verdade, por outro lado, que uma pessoa grandemente espiritual é inevitavelmente um psíquico.

Poderes psíquicos podem ser desenvolvidos por qualquer um que deseje se dar a esse trabalho, e um homem pode aprender clarividência ou mesmerismo tal como pode aprender a tocar piano, se estiver disposto a passar pelo duro trabalho necessário.

Os sentidos astrais existem em todos os homens, mas são latentes na maioria; em geral têm de desenvolvê-los artificialmente os que intentem utilizá-los no presente estágio de evolução. Em alguns, poucos tornam-se ativos sem qualquer impulso artificial. Em muitíssimos podem ser artificialmente despertados e desenvolvidos. A condição da atividade dos sentidos astrais, em todos os casos, é a passividade dos sentidos físicos, e quanto mais completa a passividade física, maior a possibilidade de atividade astral.

A clarividência é, muitas vezes, possuída por pessoas simples. Isto é chamado as vezes psiquismo inferior, e não representa de forma alguma a mesma coisa que a faculdade possuída por homens mais adiantados e adequadamente treinados, nem se desenvolve da mesma maneira.

O aparecimento ocasional do psiquismo numa pessoa não-desenvolvida é um tipo de sensação maciça, estendendo-se vagamente a todo o veículo, em vez de uma percepção exata e definida que vem através de órgãos especializados. Isso foi especialmente característico na quarta Raça-Raiz ( a Atlante). Não funciona através dos chakras astrais, mas através dos centros astrais que estão em conexão com os sentidos físicos. Tais centros não são positivamente astrais, embora sejam um aglomerado de matéria astral no corpo astral. Têm a natureza de pontes de ligação entre os planos físico e astral. e não são sentidos astrais desenvolvidos na própria acepção da palavra. A “segunda vista” pertence a esse tipo de sensitividade; e com freqüência é simbólica, por quanto o perceptor transmite seu conhecimento dessa curiosa forma simbólica. Estimular centros que são pontes, em lugar de desenvolver psiquismo inferior está também associado com o sistema nervoso simpático, enquanto o psiquismo superior está associado com o sistema cérebro-espinal. Reviver o controle do sistema simpático é um passo para trás, não para a frente.

Com o correr do tempo o psiquismo inferior desaparece, para retornar num estágio posterior, quando pode ser controlado pela vontade.

Pessoas histéricas em muito nervosas podem tornar-se clarividentes, ocasionalmente, sendo o fato sintoma de sua doença e devido ao enfraquecimento do veiculo físico a um tal grau que já não oferece obstáculo a uma certa medida de visão astral ou etérica. O delirium-tremens é um exemplo extremo dessa classe de psiquismo, podendo as vitimas da doença ver temporariamente certos elementais e entidades etéricas odiosos.

Para os que ainda não desenvolveram visão astral, é aconselhável apreciar intelectualmente a realidade do mundo astral e compreender que seus fenômenos estão abertos à observação competente, tal como estão os do mundo físico.

Existem métodos definidos de Ioga através dos quais os sentidos astrais podem ser desenvolvidos de forma racional e saudável. Mas isso não só é inútil como também pode ser perigoso tentar tal coisa antes que o estágio de purificação tenha passado. Tanto o corpo físico como o corpo astral devem primeiro ser purificados, rompendo os laços dos maus hábitos de alimentação, de bebida, e abandonando emoções de cólera de todos os tipos etc.

Generalizando, não é aconselhável forçar o desenvolvimento do corpo astral por meios artificiais, porque até que a força espiritual seja obtida, a intrusão de visões astrais, bem como a de sons e outros fenômenos, podem perturbar e mesmo se fazerem alarmantes.

Mais cedo ou mais tarde, de acordo com o Karma do passado, alguém que siga o caminho “antigo e real” verá que o conhecimento dos fenômenos astrais virá ter com ele, gradualmente: sua visão mais aguda despertará, e novos aspectos de um universo mais amplo se desdobrarão ante ele, de todos os lados. É uma ilustração para a frase: “Procura primeiro o Reino do Céu, e todas as outras coisas te serão acrescentadas”.

A obtenção dos poderes astrais como um fim em si mesma leva inevitavelmente ao que se chama no Oriente o método de desenvolvimento laukita: os poderes obtidos são apenas para a personalidade presente, e, não havendo salvaguardas, é bastante possível que o estudante faça deles uso errado. A essa classe pertencem as praticas de Hatha Ioga. Pranayama ou controle da respiração, invocação de elementais e todos os sistemas que envolvem o entorpecimento dos sentidos físicos, de certa maneira, ativamente, pelas drogas ( por exemplo, bangüê, haxixe etc.), pela auto-hipnose, ou, como entre os derviches, girando numa dança louca de fervor religioso até que a vertigem e a insensibilidade venham. Ou passivamente, deixando-se mesmerizar _ de forma que os sentidos astrais possam vir à superfície. Outros métodos são a contemplação do cristal ( que leva apenas ao mais baixo tipo de clarividência), a repetição de invocações, ou o uso de cerimônias ou amuletos.

O homem que se põe em transe pela repetição de palavras ou amuletos pode retornar, na próxima existência, provavelmente como um médium, ou ser, de qualquer forma, mediúnico. A mediunidade não deve ser vista de forma alguma como posse de poderes psíquicos, porque um médium, longe de exercer o poder, abdica, pelo contrário, de seu próprio corpo, em favor de outra entidade. A mediunidade não é um poder, e sim uma condição.

Há muitas historias de misteriosos ungüentos ou drogas que, quando aplicados nos olhos, capacitam o homem a ver fadas etc. Ungir os olhos pode estimular a visão etérica, mas é coisa que não pode, de modo algum, abrir a visão astral, embora certos ungüentos esfregados em todo o corpo ajudem, grandemente, a saída do corpo astral do corpo físico, em completa consciência _ um fato cujo conhecimento parece ter sobrevivido dos tempos medievais, como pode ser visto na evidência dada em alguns julgamentos por feitiçaria.

O método lokottara consiste de práticas de Raja Ioga, ou progresso espiritual, e é inquestionavelmente o melhor método. Embora mais lento os poderes conferidos pertencem à individualidade permanente e jamais se perdem, pois a orientação do Mestre garante perfeita segurança desde que suas ordens sejam escrupulosamente obedecidas.

Outra grande vantagem de ser treinado por um Mestre está no fato de que, sejam quais forem as faculdades que o discípulo possa obter, elas estão definitivamente sob seu comando e podem ser usadas integral e constantemente, quando necessário, enquanto que no caso de um homem não-treinado tais poderes se manifestam com freqüência apenas parcial e espasmodicamente. Aparecem, chegam e partem, por assim dizer, por sua própria e livre vontade.

O método temporário é como aprender a cavalgar insensibilizando o cavalo; o método permanente é como aprender a cavalgar corretamente, de forma que qualquer cavalo possa ser montado. O método permanente significa evolução real; o outro não envolve necessariamente nada disso, já que os poderes obtidos morrem com o corpo.

A visão mais ampla do plano astral não é uma benção pura, pois que revela o sofrimento e a angústia, o mal e a avidez do mundo. As palavras de Schiller saltam `a mente: Por que me atiraste assim à cidade dos cegos eternos, para proclamar teu oráculo com os sentidos abertos? Toma de volta essa triste clarividência, tira de meus olhos essa luz cruel! Devolve-me a minha cegueira – a feliz escuridão de meus sentidos. Leva de volta teu horrível dom! ”

O poder clarividente, se usado com propriedade e sensibilidade, pode ser uma bênção e um auxílio. Mal usado, pode ser uma perturbação e uma maldição. Os perigos principais que se envolvem nele vêm do orgulho, da ignorância e da impureza. É loucura para um clarividente, obviamente, imaginar que é o único assim dotado e a pessoa especialmente selecionada sob orientação Angélica para fundar uma nova dispensação, e assim por diante. Além disso, há sempre muitíssimas entidades astrais travessas e maliciosas, prontas e ansiosas para animar tais ilusões e realizar qualquer papel que lhes seja atribuído.

É útil para um clarividente saber algo da história do assunto e compreender algo das condições dos planos superiores, e, se possível, ter algum conhecimento de caráter cientifico.

Ademais, um homem de vida impura ou motivos impuros inevitavelmente atrai para si os piores elementos do mundo invisível. Um homem puro em pensamento e vida, por outro lado, está, por esse fato, defendido da influência de entidades indesejáveis dos outros planos.

Em muitos casos um homem pode ter ocasionalmente relances de consciência astral sem que isso leve ao despertar da visão etérica. Essa irregularidade no desenvolvimento é uma das causas principais da extrema possibilidade de erros em assuntos de clarividência, pelo menos nos estágios iniciais.

No curso normal das coisas as pessoas acordam para as realidades do plano astral muito lentamente, tal como um bebê se desperta para as realidades do plano físico. Os que, deliberadamente, e, por assim dizer, prematuramente, entram no Caminho, estão desenvolvendo esse conhecimento anormalmente, e em conseqüência estão sujeitos a errar de início.

Perigo e dano poderiam surgir facilmente se todos os discípulos sob um treinamento adequado não estivessem assistidos e guiados por instrutores competentes que já estão habituados ao plano astral. Essa é a razão pela qual toda a sorte de horríveis visões etc. são mostradas ao neófito, como testes, de forma que ele possa entendê-las e habituar-se a elas. A não ser que isso seja feito, o discípulo poderia receber um choque que não só o impediria de fazer trabalho útil como seria positivamente perigoso para seu corpo físico.

A primeira introdução ao mundo astral pode surgir de várias maneiras. Algumas pessoas apenas uma vez em toda a sua vida tornam-se sensitivas o bastante para experimentar a presença de uma entidade astral ou de algum fenômeno astral. Outras se encontram com freqüência cada vez maior vendo e ouvindo coisas para as quais os outros são cegos e surdos; ainda outros começam a recordar suas experiências durante o sono.

Quando uma pessoa está começando a se tornar sensível às influencias astrais, poderá ocasionalmente encontrar-se dominada por um inexplicável terror. Isso vem, parcialmente, da hostilidade natural do mundo elemental contra o humano, por causa dos muitos trabalhos destrutivos do homem no plano físico, coisas que reagem no astral, e, em parte, nos muitos e inamistosos elementais artificiais, nutridos pela mente humana.

Algumas pessoas começam por tornar-se intermitentemente conscientes das cores brilhantes da aura humana; outras podem ver rostos, paisagens ou nuvens coloridas flutuando diante de seus olhos, no escuro, antes de mergulharem no sono.Talvez a experiência mais comum seja começar a recordar, com clareza crescente, as experiências de outros planos adquiridos durante o sono.

Às vezes uma pessoa, uma única vez em sua vida, perceberá, por exemplo, a aparição de um amigo por ocasião da morte deste. Isso pode ser devido a duas causas, em cada uma das quais o desejo intenso do moribundo vem a ser a força compulsora. Essa força pode ter capacitado o agonizante a materializar-se por um momento, caso em que naturalmente não há necessidade de um clarividente. Mais provavelmente tal força pode ter agido mesmericamente sobre quem vê e momentaneamente, amortecendo-lhe o físico e estimulando sua sensitividade superior.

Um homem que desenvolveu visão astral já não está limitado, como é natural, à matéria física: vê através dos corpos físicos, sendo as substâncias fisicamente opacas, para ele, transparentes como vidro. Num concerto, vê gloriosas sinfonias de cores; numa conferência, vê os pensamentos do conferencista em cor e forma, e está portanto na posição de compreendê-lo mais completamente do que os que não possuem visão astral.

Um pequeno exame revelará que muitas pessoas ganham de um conferencista mais do que as simples palavras indicam, e muitas encontrarão na sua memória mais do que o conferencista expôs. Tais experiências indicam que o corpo astral se está desenvolvendo e tornando-se mais sensitivo, respondendo às formas-pensamentos criadas pelo conferencista.

Alguns lugares fornecem maiores facilidades do que outros para os trabalhos ocultos: assim, a Califórnia tem um clima muito seco, com muita eletricidade no ar, que é favorável ao desenvolvimento da clarividência.

Alguns psíquicos precisam de uma temperatura elevada para fazer melhor o seu trabalho, enquanto outros não funcionam bem a não ser em temperatura mais baixa.

Sendo um clarividente treinado capaz de ver o corpo astral de um homem, segue-se que, no plano astral, ninguém pode esconder-se ou disfarçar-se. O que o homem realmente é aparece diante de um observador sem preconceitos. É necessário dizer sem preconceitos, porque um homem vê outro por intermédio de seus próprios veículos, o que é, de certa forma, como ver uma paisagem através de vidros coloridos. Enquanto ele não aprender a descontar essa influência, um homem tende a considerar como mais importante em outro homem às características a que ele próprio responde facilmente. É necessário ter pratica de liberar-se da distorção produzida por seus próprios pontos de vista, de forma a poder observar clara e exatamente.

A maioria dos psíquicos que ocasionalmente obtêm relances do mundo astral, bem como a maioria das entidades que se comunicam nas sessões espíritas, deixam de relatar muitas das complexidades do plano astral que são descritas neste livro. O motivo está no fato de poucas pessoas verem as coisas como realmente são, no plano astral, enquanto não têm experiência bastante longa. Mesmo os que vêem integralmente ficam às vezes demasiado confusos e estonteados para compreender ou recordar, e poucos conseguem traduzir suas lembranças para a linguagem do plano físico.

Também, como temos visto, os habitantes travessos do mundo astral gostam de pregar peças, e contra eles a pessoa não-treinada quase sempre fica sem defesa.

No caso de uma entidade astral que constantemente trabalha através de um médium, seus sentidos astrais mais finos podem até tornar-se tão grosseiros a ponto de ficarem insensitivos aos graus superiores da matéria astral.

Só o visitante treinado que vem do plano físico e que possui integral consciência de ambos os planos, pode estar certo de ver clara e simultaneamente tanto o plano físico como o astral.

Clarividência verdadeira, treinada e absolutamente digna de confiança demanda faculdades que pertencem a um plano superior ao astral. A faculdade de previsão exata também pertence a plano superior. Contudo, relances ou reflexos dela mostram-se freqüentemente à pura visão astral, mas especialmente entre as pessoas de mentalidade simples, que vivem em condições adequadas – o que é chamado segunda-visão entre os habitantes dos planaltos da Escócia, sendo este um exemplo bem conhecido.

Há pessoas cegas, tanto astralmente como fisicamente, de forma que muitos dos fenômenos astrais escapam à visão astral comum. De inicio, de fato, muitos enganos podem surgir quando se usa a visão astral, tal como uma criança comete enganos quando começa a usar seus sentidos físicos, embora depois de algum tempo se possa ver e ouvir tão exatamente no plano astral como no plano físico.

Outro método para desenvolver a clarividência – que é aconselhado por todas as religiões e que, se adotado cuidadosa e reverentemente não pode fazer mal ao ser humano – é o da meditação, por meio da qual um tipo muito puro de clarividência pode às vezes ser desenvolvido. Uma descrição resumida do processo envolvido na meditação é dada no livro O que além da Morte, de C. W. Leadbeater, e também naturalmente em muitos outros livros.

Por meio da meditação, se pode desenvolver extrema sensitividade e, ao mesmo tempo, equilíbrio perfeito, sanidade e saúde.

O estudante compreenderá facilmente que a pratica de determinada meditação constrói tipos superiores de matéria, nos corpos. Grandes emoções podem ser sentidas, vindas do nível búdico, isto é, do plano astral seguinte ao mental, e refletem-se no corpo astral. É necessário todavia desenvolver os corpos mental e causal a fim de manter o equilíbrio. Um homem não pode saltar da consciência astral para a búdica sem desenvolver os veículos intermediários. Com o sentimento apenas, jamais pode obter perfeito equilíbrio ou firmeza; grandes emoções que nos moveram para a direção certa podem bem facilmente tornar-se um tanto enviesadas e mover-nos para linhas menos desejáveis.

As emoções fornecem força de motivação, mas o poder dirigente vem da sabedoria e da firmeza.

Há uma intima conexão entre os planos astral e búdico, sendo o corpo astral, de certa forma, um reflexo do corpo búdico.

Um exemplo desse íntimo relacionamento entre os planos astral e búdico é encontrado na Missa cristã. No momento da consagração da hóstia, uma força desce, a mais forte no plano búdico, embora também poderosa no mundo mental superior; além disso, sua atividade é marcada nos primeiro, segundo e terceiro subplanos astrais, embora isso possa ser um reflexo do mental ou um efeito de vibração simpática. O efeito pode ser sentido por pessoas mesmo bem distantes da igreja, passando uma grande onda de paz espiritual e de força por toda a região, embora muitos jamais relacionem tal coisa com a Missa que está sendo celebrada.

Além do que ficou dito acima, outro efeito é produzido como resultado da intensidade do sentimento consciente de devoção de cada individuo durante a celebração, e na proporção a isso correspondente. Um raio como que de fogo é despedido da Hóstia levantada e faz com que a parte superior do corpo astral cintile intensamente. Através do corpo astral, dada a sua intima relação com ele, o veiculo búdico também é fortemente afetado. Assim, tanto o veiculo búdico como o veiculo astral reagem um sobre o outro.

Efeito similar ocorre quando uma bênção é dada com o Santíssimo Sacramento.

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