Conclusão

Submitted by Estante Virtual on Wed, 12/14/2011 - 20:45

Ao recordar tudo quanto aqui fica exposto, a idéia predominante é a de um natural sentimento de humilhação ao considerar a completa deficiência de todo intento descritivo, da inutilidade de todo esforço para expressar em palavras humanas as inefáveis glórias do mundo celeste. Mas, por deploravelmente imperfeito que seja um ensaio como este, vale mais do que se não se houvesse escrito, e pode servir para inculcar na mente do leitor algum débil conceito do que o espera além da morte. E ainda que quando alcançar este brilhante reino de felicidade encontrará seguramente infinitamente mais do que esperava, não deixará de reconhecer como certas as informações que lhe foram dadas.

Tal como hoje em dia o homem está constituído, ele tem em si princípios pertencentes a dois planos superiores ao mental ou Manas porque Buddhi representa o plano buddhico, e Atma ou chispa divina representa o plano nirvânico, que é o terceiro do sistema solar começando pelo ádhico.

No homem comum estes dois princípios búdico e átmico são incipientes, e os planos a que pertencem são ainda impossíveis de descrever em palavras humanas como plano mental ou mundo celeste.

Basta dizer que no plano búdico cessa toda limitação, e a consciência do homem se dilata até que reconhece não só em teoria, mas também por absoluta experiência, que a consciência de seus semelhantes está incluída na sua própria, e sente e conhece e experimenta com absoluta e perfeita simpatia tudo quanto está em seus semelhantes, porque tudo é em realidade parte de si mesmo.

No plano nirvânico a consciência sobe de nível e o homem reconhece que a sua consciência e a de seus semelhantes são uma só consciência, porque todos são, em realidade, facetas da infinita consciência do Logos, em quem. todos vivem e se movem e têm o seu ser. De sorte que quando, como diz a metáfora oriental, "a gota se entrefunde com o mar", o efeito é antes como se ao contrário, o oceano se vertesse em gota, que pela primeira vez reconhecesse que ela é o oceano, e não uma parte, senão todo o oceano. Parece paradoxal e de todo incompreensível e até absurdo, mas é absolutamente verdade.

E ao menos devemos afirmar que o bem-aventurado estado nirvânico não é, como alguns o têm suposto ignorantemente, a total aniquilação do ser, senão uma intensíssima e beneficente atividade, pois à medida que ascendemos na escala da natureza são maiores as nossas possibilidades, nossa obra pelos demais é de maior alcance e que a infinita sabedoria e o infinito poder significam capacidade para o serviço, porque os impele ao infinito amor.

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