O Universo Criado Pela Vontade Eterna

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 00:23

Anos atrás o velho filósofo alemão Schopenhauer tratou simultaneamente dessa força e dessa matéria; e desde a conversão do Sr, Wallace o grande antropólogo adotou evidentemente as duas idéias. A doutrina de Schopenhauer é a de que o universo é apenas a manifestação da vontade. Toda força da Natureza é também um efeito da vontade, que representa um grau maior ou menor de sua objetividade. É o que ensinava Platão, que afirmou claramente que tudo que é visível foi criado ou desenvolvido pela VONTADE invisível e eterna, e à sua maneira. Nosso Céu - diz ele - foi produzido de acordo com o padrão eterno do "Mundo Ideal", contido, como tudo o mais, no dodecaedro, o modelo geométrico utilizado pela Divindade. Para Platão, o Ser Primordial é uma emanação do Espírito Demiúrgico (Nous), que contém em si, desde a eternidade, a "idéia" do "mundo a criar", a qual idéia ele retira de si mesmo. As leis da Natureza são as relações estabelecidas desta idéia com as formas de suas manifestações; "estas formas", diz Schopenhauer, "são o tempo, o espaço e a causalidade. Através do tempo e do espaço, a idéia varia em suas inumeráveis manifestações".

Esta idéias estão longe de ser novas, e mesmo para Platão elas não eram originais. Eis o que lemos nos Oráculos Caldeus: "As obras da Natureza coexistem com a Luz espiritual e intelectual do Pai. Pois ela é a alma que adornou o grande céu e que o adorna depois do Pai".

"O mundo incorpóreo, portanto, já estava terminado, tendo sua sede na Razão Divina", diz Fílon, que é erradamente acusado de derivar sua filosofia da de Platão.

Na Teogonia de Mochus temos em primeiro lugar o éter, e depois o ar; os dois primeiros dos quais Olam, o Deus intangível (o universo visível da matéria), nasceu.

Nos hinos órficos, o Eros-Phanes origina-se do Ovo Espiritual, que os ventos etéreos fecundam, o Vento sendo "o espírito de Deus", que, segundo se diz se move no éter, "planando sobre o caos" - a "Idéia" Divina. "Na Kathakopanishad hindu, Purusha, O Espírito Divino, precede a matéria original, de cuja união brota a grande alma do mundo Mahan-âtma, o Espírito da Vida"; estas últimas denominações são idênticas às da alma universal, ou anima mundi, e da luz astral dos teurgistas e cabalistas.

Pitágoras tomou as suas doutrinas dos santuários orientais, e Platão as reproduziu numa forma mais inteligível que a dos números misteriosos do sábio - cujas doutrinas ele adotou integralmente - para os espíritos não iniciados. Assim, para Platão, o Cosmos é "o Filho" tendo como pai e mãe o Pensamento Divino e a Matéria.

"Os egípcios", diz Dunlap, "fazem uma distinção entre um velho e um jovem Horus, o primeiro sendo o irmão de Osíris e o segundo o filho de Ísis e de Osíris," O primeiro é a Idéia do mundo que permanece no Espírito Demiurgo, "nascido nas trevas antes da criação do mundo". O segundo Horus é esta "Idéia" que emana do Logos, revestindo-se de matéria e assumindo uma existência real.

"O Deus mundano, eterno, ilimitado, jovem e velho, de forma sinuosa", dizem os Oráculos caldeus.

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