Conceitos Sobre a Imaginação. O Poder da Mente Sobre a Matéria

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 13:30

Que é imaginação? Os psicólogos nos dizem que é o poder plástico e criativo da alma; mas os materialistas a confundem com a fantasia. A diferença radical entre as duas foi no entanto tão claramente indicada por Wordsworth, no prefácio às suas Lyrucal Ballads, que não se tem mais escusas para confundir as palavras. Pitágoras sustenta que a imaginação era a lembrança de estados espirituais, mentais e físicos anteriores, a passo que a fantasia é a produção desordenada do cérebro material.

Seja qual for a maneira pela qual encaremos e estudemos o assunto, a antiga filosofia que ensina que o mundo foi vivificado e fecundado pela idéia eterna, pela imaginação - o esboço abstrato e a preparação do modelo para a forma concreta - é inevitável. Se rejeitamos esta doutrina, a teoria de um cosmos que se desenvolve gradualmente a partir da desordem caótica, torna-se um absurdo, pois é altamente antifilosófico imaginar que a matéria inerte, movida exclusivamente pela força cega, e dirigida pela inteligência, se transforma espontaneamente num universo de harmonia tão admirável. Se a alma do homem é realmente uma emanação da essência dessa alma universal, um fragmento infinitesimal desse primeiro princípio criador, ela deve, necessariamente, participar em certo grau de todos os atributos do poder Demiúrgico. (Demiúrgico supremo poder que constituem o Universo.) Assim como o criador, que fraciona a massa caótica do morto, a matéria inativa, dando-lhes forma, também o homem, se conhecesse os seus poderes, poderia em certa medida, fazer o mesmo. Como Fídias, reunindo as partículas esparsas de argila e umedecendo-as com água, podia dar forma plástica à idéia sublime evocada por sua faculdade criativa, assim também a mãe que conhece o seu próprio poder pode dar à criança por nascer a forma que deseje. Ignorando seus poderes, o escultor produz apenas uma figura inanimada, embora encantadora, de matéria inerte; ao passo que a alma da mãe, violentamente afetada pela sua imaginação, projeta cegamente na luz astral uma imagem do objeto que a impressionou e que, por repercussão, se imprime sobre o feto. A ciência nos diz que a lei da gravitação assegura que qualquer deslocamento que ocorre no próprio coração da Terra é sentido por todo o universo, "e podemos imaginar que o mesmo fenômeno se produz em todos os movimentos moleculares que acompanham o pensamento". Falando a respeito da transmissão de energia através do éter universal ou luz astral, a mesma autoridade diz: "As fotografias contínuas de todos os acontecimentos são assim produzidas e conservadas. Uma grande porção de energia do universo é assim empregada em tais imagens.

Segundo Demócrito, a alma resulta da agregação de átomos, e Plutarco descreve a sua filosofia da seguinte maneira: "Existe um número infinito de substâncias, indivisíveis, sem diferenças entre si, sem

qualidades, e que se movem no espaço, onde estão disseminadas; quando elas se aproximam de outras, se unem, se entrelaçam e formam, por sua agregação, a água, o fogo, uma planta ou um homem. Todas essas substâncias, que ele chama de átomos em razão de sua solidez, não podem experimentar mudanças ou alteração. Mas, "acrescenta Plutarco", "não podemos fazer uma cor do que é incolor, nem uma substância ou alma do que não tem alma e qualidade". O Prof. Balfour Stewart diz que, apoiado nesta doutrina, John Dálton, "permitiu à mente humana compreender as leis que regulam as mudanças químicas, assim como representar para si o que nelas ocorre". Depois de citar, com aprovação, a idéia de Bacon segundo a qual os homens investigam perpetuamente os limites extremos da Natureza, ele edifica então uma regra pela qual ele e seus colegas filósofos em verdade deveriam pautar o seu comportamento. "Deveríamos", diz ele, "ser muito prudentes antes de abandonar qualquer ramo do conhecimento ou exercício do pensamento como inúteis".

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