A causa da reencarnação é a concupiscência e a ilusão que nos leva a ter como reais as coisas do mundo. Dos sentidos provêm a "alucinação", que chamamos contato; "do contato, a sensação (também ilusória) da sensação, a concupiscência e da concupiscência a enfermidade, a decrepitude e a morte".
"Assim, como as voltas de uma roda, há uma sucessão regular de mortes e nascimentos, cuja causa moral é o apego aos objetos existente, enquanto a causa instrumental é o karma [o poder que controla o Universo, imprimindo-lhe atividade, mérito e demérito]. Portanto, o grande objeto de todos os seres que se querem desembaraçar dos sofrimentos do nascimento sucessivos é encontrar a destruição da causa moral (...) o apego aos objetos existentes, ou o desejo do mal.(...) Aqueles em quem o desejo do mal está completamente destruído são chamados Arhats, que, em virtude de uma libertação, possuem faculdades taumatúrgicas. Em sua morte, o Arhat não se reencarna e invariavelmente atinge o Nirvana". Nirvana é o mundo das causas, em que todos os efeitos enganadores ou as ilusões de nossos sentidos desaparecem. Nirvana é a esfera mais elevada que se pode atingir. Os Pitris (os espíritos pré-adâmicos) são considerados como reencarnados, pelo filósofo budista, se bem que num grau superior ao do homem da terra. Eles não morrem, por sua vez? Os seus corpos astrais não sofrem nem gozam, e não sentem a mesma maldição dos sentimentos ilusórios, como durante a encarnação?
Aquilo que o Buddha ensinou no século VI a.C., na Índia, foi ensinado por Pitágoras depois na Grécia e na Itália. Gibbon mostra quão profundamente os fariseus estavam impressionados com essa crença na transmigração das almas. O círculo de necessidade egípcio está gravado de maneira indelével nos vetustos monumentos da Antiguidade. E Jesus, quando curava um doente, invariavelmente utilizava a seguinte expressão: "Teus pecados te são perdoados". Isso é pura doutrina budista. "Os judeus disseram ao cego: `Tu nasceste completamente no pecado, e queres nos instruir'. A doutrina dos discípulos [de Cristo] é análoga à do `Mérito e Demérito' dos budistas; pois os doentes se curavam se os seus pecados fossem perdoados." Mas essa vida anterior em que os budistas acreditavam não é uma vida neste planeta, (Citação corrida pela própria H. P. B. “(...) não é uma vida no mesmo ciclo e na mesma personalidade.”) pois, mais do que qualquer outra pessoa, o filósofo budista apreciava a grande doutrina dos ciclos.