A Alma Astral: Um Centro de Força

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 01:19

Os filósofos, especialmente os iniciados nos mistérios, sustentavam que a alma astral é o incoercível duplicado do corpo denso, o perispírito dos espíritos kardecista, ou a forma-espírito dos não-reencanacionistas. Sobre esse duplicado ou molde interno, iluminando-a tal como o cálido raio do Sol ilumina a Terra, frutificando o germe e trazendo-o para a visualização espiritual das qualidades latentes que nele dormem, paira o espírito divino. O perispírito astral está contido no corpo físico e nele confinado, como o éter numa garrafa ou o magnetismo no ferro magnetizado. É um centro e um engenho de força, alimentado pelo suprimento universal de força e movido pelas mesmas leis gerais que regem toda a Natureza e produzem todos os fenômenos cósmicos. A sua atividade inerente causa as operações físicas incessantes do organismo animal e, em última instância, resulta na destruição da força por abuso ou pela própria perda. É o prisioneiro do corpo, não o ocupante voluntário. Exerce uma atração tão poderosa sobre a força universal externa, que, depois de ter consumido o seu invólucro, termina por escapar dele. Quanto mais forte, mais grosseiro e mais material for o corpo que o envolve, mais longo é o seu aprisionamento. Algumas pessoas nascem com organismos tão excepcionais, que a porta que impede toda comunicação com o mundo da luz astral pode ser facilmente destrancada e aberta e as suas almas podem ver aquele mundo, ou mesmo passar para ele e voltar.

Aqueles que o fazem conscientemente, e à - vontade, são chamados magos, hierofantes, videntes, adeptos; aqueles que são preparados para fazê-lo, seja pelo fluído do mesmerizador ou dos "espíritos", são "médiuns". A alma astral, uma vez aberta as barreiras, é tão poderosamente atraída pelo imã astral universal, que ela às vezes ergue consigo o seu invólucro e o mantém suspenso no ar até que a gravidade da matéria recupere a sua supremacia e o corpo desça novamente à terra.

Toda manifestação objetiva - seja o movimento dum membro vivo, seja o movimento de um corpo inorgânico - exige duas condições: vontade e força - mais matéria, ou aquilo que torna o objeto assim movimentado visível ao nossos olhos; e estas três forças conversíveis, ou a correlação de forças dos cientistas. Por seu turno, elas são dirigidas, ou antes obscurecidas, pela inteligência Divina que esses homens deixam tão cuidadosamente de lado, mas sem a qual mesmo o rastejar da menor minhoca não pode ocorrer. Tanto o mais simples quanto o mais comum de todos os fenômenos naturais - o farfalhar das folhas que tremem ao ligeiro contato da brisa - exige um exercício constante dessas faculdades. Os cientistas poderiam chamá-las de leis cósmicas, imputáveis e permanentes. Por trás dessas leis devemos procurar a causa inteligente, que uma vez criada e tendo posto estas leis em movimento, infundiu nelas a essência da sua própria consciência. Quer a chamemos de primeira causa, vontade universal ou Deus, sempre implica inteligência.

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