Prefácio do autor

Enviado por Estante Virtual em dom, 02/12/2012 - 03:15

O objetivo deste livro está expresso exatamente no seu título: A CHAVE DA TEOSOFIA, e poucas palavras são necessárias para explicá-lo. Não é um texto completo de Teosofia, mas sim, unicamente, uma chave para abrir a porta que conduz a um estudo mais profundo. Esta obra distingue as principais linhas da Religião da Sabedoria, e expõe seus princípios fundamentais, contestando as várias objeções que possa fazer o ocidental sincero e tratando de apresentar conceitos pouco familiares, na forma mais simples e em linguagem a mais clara possível. Acreditar que conseguiria jazer a Teosofia inteligível, sem esforço mental por parte do leitor, seria esperar demasiado; mas confiamos que a obscuridade que ainda reina na obra ê devida ao pensamento profundo que lhe é intrínseca e não à linguagem e à confusão. Para o homem de mente preguiçosa e para o obtuso, a Teosofia será um enigma; pois no mundo intelectual, assim como no espiritual, o homem só progride por seus próprios esforços. O escritor não pode pensar pelo leitor, e nem este tiraria qualquer proveito se isto fosse possível. Faz tempo que aqueles que estão interessados na obra da Sociedade Teosófica sentem necessidade deste trabalho, e esperamos que, isento o mais possível de tecnicismos, preencherá seu objetivo junto a muitas pessoas cuja curiosidade está desperta, embora ainda só intrigadas e não convencidas.

Tivemos cuidado de separar o certo do falso no que diz respeito às doutrinas espiritualistas e à vida além-túmulo, e de apresentar sob seu verdadeiro aspecto os fenômenos espiritualistas. Explicações sobre este particular dadas há tempos foram causa da ira desencadeada contra a autora desta obra, preferindo os espiritualistas, como muitos outros, acreditar mais no que lhes agrada do que no que é certo, aborrecendo-se sobremaneira com tudo aquilo que vem destruir uma agradável ilusão. Durante o ano passado a Teosofia foi o alvo dos ataques mais violentos por parte do Espiritismo como se os que só possuem meia-verdade sentissem maior antagonismo pelos possuidores da verdade inteira, do que os que nada têm a ver com ela.

Expresso um verdadeiro agradecimento aos teósofos que me dirigiram perguntas, o que me ajudou muito a escrever esta obra, que resultará por ela mesma mais útil, sendo esta sua melhor recompensa.

 

H. P. B.

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