Nossos Irmãos Mais Velhos

Enviado por Estante Virtual em dom, 22/01/2012 - 03:49

Consideremos, agora, o relacionamento com o mundo Daqueles que estão colocados em tão grande altura, e, ainda assim, pertencem à família humana, nossos Irmãos Mais Velhos.

Todas as religiões vêem, no passado, um fundador que se ergueu muito acima da humanidade; todas as histórias antigas falam de Seres elevados que lançaram os fundamentos de nações e as guiaram durante sua infância e juventude. Ouvimos falar de Reis divinos, de Dinastias divinas, de Mestres divinos; o testemunho do passado é tão unânime, e as ruínas remanescentes das passadas civilizações mostram-se tão poderosas, que não podemos, razoavelmente, declarar inútil esse testemunho, nem dizer que as civilizações sejam produtos alcançados sem ajuda por uma humanidade ainda na infância.

Vale também notar que as mais antigas Escrituras são as mais nobres e as mais inspiradas. O Clássico da Pureza, da China, os Upanishads, da Índia, os Gathas, da Pérsia — apesar de fragmentários, estão acima do nível dos escritos religiosos posteriores desses mesmos países; a ética que encontramos neles é autoritária, não exortativa; ensinam, esses livros, “como quem tem autoridade, e não como os escribas”.

Não há religião que ignore esse fato, no que se refere aos seus próprios Mestres e às suas próprias Escrituras; mas, infelizmente, a maioria delas tende a negar ou a ignorar o que diz respeito a outras religiões. Os estudantes da Sabedoria compreendem que todas essas declarações devem ser acatadas ou rejeitadas imparcialmente, e o Ocultista sabe que, embora muitas lendas e fábulas se tenham reunido em torno desses Seres poderosos, nem por isso Eles, como uma verdade, deixaram de existir no passado e existem ainda no presente.

A Hierarquia Oculta, que governa, ensina e guia os mundos, é uma Ordem com diferentes graus, tendo cada nível suas múltiplas tarefas e atendendo-as em perfeita harmonia, trabalhando num segmento do plano do Senhor Supremo, o Logos do sistema, num serviço que “é perfeita liberdade”. Dois departamentos líderes da nossa seção dessa Hierarquia estão relacionados, um com o governo e o outro com o ensino dos nossos mundos.

Aqueles aos quais os hindus se referem como os quatro Kumaras(1)  são os Chefes do Departamento do Governo, e os Manus das Rondas e Raças são os seus representantes, e têm, abaixo deles, o grau dos Adeptos, que conta entre os seus membros os chamados Mestres, para assisti-los nos pormenores do seu trabalho. O trabalho deles é orientar a evolução, organizar as raças, guiá-las para continentes construídos para sua moradia, administrar as leis que fazem a prosperidade ou a decadência dos povos, dos impérios e das civilizações.

À testa do Departamento de Ensino está o “Iluminado”, o Buda que, quando expira na Terra, entrega a vara de comando ao que vai tornar-se, por sua vez, um Buda, o Bodhisattva, o verdadeiro Mestre dos mundos. Esse Mestre Supremo é a presença sempre viva que recobre e inspira as diversas formas de fé do mundo, que as funda conforme são necessárias para a orientação da humanidade, e que, através de Seus Auxiliares entre as fileiras dos Adeptos, guia cada religião até onde a obstinação e a ignorância dos homens o permitem. Cada grande onda espiritual flui desse Departamento da Fraternidade Branca e irriga a Terra em que vivemos com a água da vida.

No grau de Adeptos, a que acima aludimos, estão Aqueles aos quais o nome de “Mestre” pertence mais especificamente, pois que aceitam como cheias ou discípulos os que alcançaram um ponto de evolução que os prepara para se aproximarem do Portal da Iniciação, e estão se esforçando, resolutamente, para desenvolver em si mesmos as qualificações descritas anteriormente. Há muitos dessa categoria na Hierarquia — os que passaram pela quinta Iniciação — que não tomam alunos, mas estão empenhados em outro trabalho para ajudar o mundo. Mesmo além desse nível, alguns ainda tomarão a seu cargo os cheias que se dedicavam a eles por longo tempo, pois o vínculo formado é sagrado demais, é forte demais para ser rompido.

A Sociedade Teosófica é uma estrada aberta onde esses grandes Mestres podem ser procurados e encontrados. Entre nós estão aqueles que os conheceram face a face; e eu, que escrevo, acrescento meu humilde testemunho ao que tem ecoado através das idades, porque também eu vi e sei.


Notas do capítulo:

  1. O Bhagavad Gita refere-se a eles como “Os Quatro Antigos”. H. P. Blavatsky diz, falando deles: “Mais alto do que os Quatro existe apenas Um.”

 

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