O Mundo Mental Superior

Enviado por Estante Virtual em qua, 14/12/2011 - 20:42

Denomina-se também plano causal, céu superior, e está constituído pelos três subplanos superiores, ou seja, o terceiro, segundo e primeiro do mundo mental, ou seja, os céus, quinto, sexto e sétimo. O mundo mental arúpico, no qual os pensamentos não necessitam assumir forma, porque a mente abstrata, vibrante por meio do corpo mental superior ou corpo causal, é a tônica do plano em que o Ego tem sua própria e permanente morada durante o ciclo de suas reencarnações. O Ego tem neste plano uma visão clara de tudo o que vê, porque transcendeu as ilusões e o refrativo meio da personalidade. Poderá ser tênue, débil e limitada a sua visão, porém é verdadeira.

As condições da consciência no mundo causal são tão distintas das com as quais estamos familiarizados no mundo físico, que nenhum vocábulo da terminologia psicológica serve para descrevê-las. O plano causal é o reino do número em contraste com o fenômeno, das causas em contraste com os efeitos, das essências em oposição às formas, mas ainda é um mundo de manifestação, embora real, se se compara com as ilusões dos mundos inferiores, e também há nele formas, porém de matéria tenuíssima e de essência sutil.

Terminado o período a que chamamos vida celeste, o Ego tem que passar por outra fase de existência antes de renascer na terra, e embora para a maioria das pessoas seja muito curto este período, não devemos silenciar se queremos ter um conceito completo da vida superfísica do homem.

O hábito vicioso de não considerar mais que um aspecto parcial da vida do homem sem atentar em sua verdadeira natureza e finalidade, nos mantém em contínuo erro, pois geralmente se observa do ponto de vista do corpo físico e não do Ego, que em sua rítmica descida aos mundos inferiores e a conseqüente ascensão ao seu próprio mundo, traça uma extensa linha circular, uma circunferência da qual tomamos o arco inferior e o consideramos como uma linha reta a cujos extremos damos a indevida importância, enquanto que não percebemos os pontos de conversão do arco circunferencial.

Pensemos em como deve o Ego sentir-se quando consciente em seu próprio plano. Em obediência ao desejo e manifestação que lhe infundiu a lei da evolução ou Vontade do Logos, imita a ação do Logos, limitando-se nos mundos mental, astral e físico, de cujas matérias se reveste sucessivamente com incessante força progressiva. Na primeira parte do curto período de existência no plano físico, a que chamamos vida, é ainda intensa a força impelente, porém no meio da vida se debilita e segue, então, o movimento pelo arco exatamente análogo ao do afélio na órbita de um planeta. Este é o ponto real de conversão no ciclo evolutivo, que entre nós não está assinalado, porém que na antiga índia estava pelo termo grishastha, ou o período de chefe de família na existência terrena do homem.

Desde este ponto a energia do Ego se dirige para o interior, isto é, vaise retraindo das coisas terrenas e focalizando-se nos planos suprafísicos aos quais tão pessimamente se adaptam as condições da vida européia. O momento em que o homem abandona o seu corpo físico não é de especial importância neste arco da evolução; é muito menos importante do que a morte no mundo astral e o nascimento no mental, embora em realidade seja sua emissão o transporte da consciência do corpo astral ao corpo mental no transcurso do constante retraimento a que nos temos referido.

O resultado final se conhece quando neste processo de retração a consciência volta a concentrar-se no Ego, sendo restituída à sua verdadeira morada, o mundo causal. Então se verifica que novas qualidades adquiriu, ou melhor dizendo, atualizou aquele ciclo particular de sua evolução. Então o Ego também percebe um vislumbre do conjunto de sua vida, pois tem por um momento um lampejo de consciência clara, em que vê o resultado das três etapas física, astral e mental da vida que acaba de passar, e também o que dela resultará para a sua próxima e imediata encarnação.

Este vislumbre envolve apenas o conhecimento da índole da próxima encarnação, pois o Ego só tem dela um vago e geral sentimento que lhe descobre o objeto básico; porém o valor da lição consiste no conhecimento dos resultados cármicos de suas ações passadas, e oferece-lhe uma ocasião que aproveitará com maior ou menor vantagem segundo o grau de evolução em que se encontre.

No princípio aproveita muito pouco, pois não tem a consciência bastante apta para examinar os fatos e assinalar suas variadas relações; porém pouco a pouco vai aumentando sua aptidão para apreciar o que vê, até que consegue recordar os vislumbres obtidos no fim do anterior ciclo de vida e compará-los entre si, de modo que a comparação lhe dá a conhecer seu progresso na evolução.

Outras páginas interessantes: