Em todas as religiões existem certos cerimoniais, ou ritos, que são considerados de importância vital pelos crentes na religião, e que são acreditados como conferidores de certos benefícios àqueles que tomam parte neles. A palavra Sacramento, ou algum termo equivalente, tem sido aplicada a estes cerimoniais, e eles têm sempre o mesmo caráter. Tem sido feito pouca exposição de sua natureza e significado, mas este é outro dos assuntos explicados antigamente nos Mistérios Menores.
A característica peculiar de um Sacramento reside em duas de suas propriedades. Primeiro, há a cerimônia exotérica, que é uma alegoria figurada, uma representação de algo através de ações e materiais - não uma alegoria verbal, um ensinamento dado em palavras veiculando uma verdade, mas uma representação encenada, sendo determinadas coisas materiais usadas de um modo específico. O objetivo, na escolha destes materiais, e buscado nas cerimônias que são acompanhadas de sua manipulação, é representar, como numa pintura, alguma verdade que se deseja imprimir nas mentes das pessoas presentes. Esta é a primeira e mais óbvia propriedade de um Sacramento, diferenciando-o de outras formas de culto e meditação. Ele apela para aqueles que, sem estas imagens, falhariam em captar uma verdade sutil, e lhes mostra de uma forma vívida e plástica a verdade que de outro modo lhes escaparia.
Todo Sacramento, quando é estudado, deveria ser tomado sob o ponto de vista de que é uma alegoria figurada; depois, as coisas essenciais a ser estudadas serão: os objetos materiais que entram na alegoria, o método pelo qual são empregados, e o significado que o todo é planejado para veicular.
A segunda propriedade característica de um Sacramento pertence aos fatos dos mundos invisíveis, e é estudada pela ciência oculta. A pessoa que oficia no Sacramento deveria possuir este conhecimento, pois um pouco, embora não todo, do poder operativo do Sacramento depende do conhecimento do oficiante. Um Sacramento liga o mundo material com as regiões sutis e invisíveis às quais este mundo está relacionado; é um elo entre o visível e o invisível. E não só é um elo entre este mundo e outros mundos, mas também é um método pelo qual as energias do mundo invisível são transmutadas em ação no físico, e um método real de mudar energias de um tipo em energias de outro tipo, como literalmente na célula galvânica as energias químicas são transformadas em elétricas. A essência de todas as energias é uma e a mesma, seja nos mundos visível ou invisível; mas as energias diferem de acordo com os graus de matéria através dos quais se manifestam. Um Sacramento serve como um tipo de encruzilhada na qual tem lugar a alquimia espiritual. Uma energia colocada nesta encruzilhada e sujeita a certas manipulações segue adiante diferente em expressão. Assim uma energia de um tipo sutil, pertencendo a uma das regiões superiores do universo, pode ser trazida a uma relação direta com as pessoas vivendo no mundo físico, e pode ser posta a afetá-las no mundo físico, assim como em sua própria região; o Sacramento forma a última ponte do invisível ao visível, e possibilita às energias serem diretamente aplicadas naqueles que preenchem os requisitos necessários e tomam parte no Sacramento.
Os Sacramentos da Igreja Cristã perderam muito de sua dignidade e do reconhecimento de seu poder oculto entre aqueles que se separaram da Igreja Católica Romana na época da "Reforma". A separação prévia entre Ocidente e Oriente, deixando de um lado a Igreja Ortodoxa Grega e de outro a Igreja Romana, de modo algum afetou a fé nos Sacramentos. Eles permaneceram nas duas grandes comunidades como elos reconhecidos entre o visível e o invisível, e santificam a vida do fiel do berço até a tumba. Os Sete Sacramentos do Cristianismo cobrem toda a vida, desde as boas-vindas do Batismo até o adeus da Extrema-Unção. Eles foram estabelecidos por Ocultistas, por homens que conheciam os mundos invisíveis; e os materiais usados, as palavras ditas, os sinais feitos, foram todos deliberadamente escolhidos e arranjados com o intuito de produzir certos resultados.
No tempo da Reforma, as Igrejas separatistas que se livraram do jugo de Roma não foram guiadas por Ocultistas, mas por homens comuns do mundo, alguns bons e outros maus, mas todos profundamente ignorantes dos fatos dos mundos invisíveis, e conscientes apenas da casca externa do Cristianismo, seus dogmas literais e culto exotérico. A conseqüência disto foi que os Sacramentos perderam seu lugar supremo no culto Cristão, e na maioria das comunidades Protestantes foram reduzidos a dois, o Batismo e a Eucaristia.
A natureza sacramental dos outros não foi negada explicitamente nas mais importantes das Igrejas dissidentes, mas os dois foram separados dos cinco como sendo universalmente obrigatórios, nos quais todo membro deveria tomar parte a fim de ser reconhecido como um membro pleno.
A definição geral de Sacramento é dada muito precisamente, a não ser por algumas palavras supérfluas, "ordenadas pelo próprio Cristo", no Catecismo da Igreja da Inglaterra, e mesmo estas palavras poderiam ser mantidas se se desse o sentido místico à palavra "Cristo". Lá se diz que um Sacramento é "Um sinal externo e visível de uma graça interna e invisível dada a nós, ordenada pele próprio Cristo, como um meio pelo qual a recebemos e como uma súplica para que a mesma nos seja confirmada daí em diante"
Nesta definição temos registradas as duas características de um Sacramento como apresentamos antes. O "sinal externo e visível" é a alegoria figurada, e a frase "um meio pelo qual recebemos a graça interna e espiritual" cobre a segunda propriedade. Esta última frase deveria ser cuidadosamente notada por aqueles membros das Igrejas Protestantes que consideram os Sacramentos como meras fórmulas e cerimônias externas. Pois ela afirma nitidamente que o Sacramento é realmente um meio por onde a graça é veiculada, implicando assim que sem ele a graça não se transmite do mesmo modo do mundo espiritual ao físico. É o reconhecimento nítido de um Sacramento em seu segundo aspecto, o de um meio por onde os poderes espirituais são trazidos à atividade na Terra.
A fim de entendermos um sacramento, é necessário que reconheçamos definitivamente a evidência de um lado oculto ou invisível na Natureza; isto é falado a respeito do lado vida da Natureza, o lado consciência, mais precisamente a mente na Natureza. Por trás de toda ação sacramental existe a crença de que o mundo invisível exerce uma poderosa influência sobre o visível, e para entendermos um Sacramento devemos entender algo sobre as Inteligências invisíveis que administram a Natureza. Vimos, ao estudarmos a doutrina da Trindade, que o Espírito se manifesta como o Eu trino, e que o campo para Sua manifestação é a Matéria, o lado forma da Natureza, freqüentemente considerado, e com razão, como a própria Natureza. Temos de estudar estes dois aspectos, o lado da vida e o lado da forma, a fim de entendermos um Sacramento.
Estendendo-se entre a Trindade e a humanidade existem muitos graus e hierarquias de seres invisíveis; os mais elevados são os Sete Espíritos de Deus, os Sete Fogos, ou Chamas, que ficam diante do trono de Deus (Apocalipse, IV, 5). Cada um deles está à testa de uma vasta hoste de Inteligências, que compartilham de Sua natureza e agem debaixo de Suas ordens; estas Inteligências também são graduadas, e existem os Tronos, as Potestades, os Principados, as Dominações, os Arcanjos e Anjos, de quem se encontra menção nos escritos dos Padres Cristãos, que eram, versados nos Mistérios. Assim, existem sete grandes hostes destes Seres, e eles representam em sua inteligência a Mente Divina na Natureza. Eles são encontrados em todas as regiões, e animam as energias da Natureza. Do ponto de vista do ocultismo não existe nenhuma força ou matéria mortas. Tanto força como matéria são vivas e ativas, e uma energia ou grupo de energias é o véu de uma Inteligência, de uma Consciência, que tem aquela energia como sua expressão externa, e a matéria na qual a energia se move fornece uma forma que a Inteligência guia ou anima. A menos que um homem possa olhar a Natureza desta forma todo ensinamento esotérico lhe será como um livro fechado. Sem estas Vidas angélicas, estas incontáveis Inteligências invisíveis, estas Consciências que animam a força e a matéria (A frase "força e matéria" é usada como na ciência. Mas força é uma das propriedades da matéria, aquela chamada de Movimento. Vide ante, p. 228), a qual é a Natureza, a própria Natureza permaneceria não só ininteligível, mas também fora de relação tanto com a Vida divina que se move dentro e em torno dela, como com as vidas humanas que estão se desenvolvendo em seu meio. Estes inumeráveis Anjos unem os mundos; eles mesmos estão evoluindo enquanto ajudam na evolução de seres inferiores a si mesmos, e é lançada uma nova luz sobre a evolução quando vemos que os homens formam graus nestas hierarquias de seres inteligentes. Estes Anjos são os "Filhos de Deus" de uma geração anterior à nossa, e que "gritaram de alegria" (Jó, XXXVIII, 7) quando foram lançadas as fundações da Terra em meio ao coro das Estrelas da Manhã.
Outros seres estão abaixo de nós na evolução - animais, plantas, minerais e vidas elementais - assim como os Anjos estão acima de nós; e à medida que estudamos, desponta sobre nós uma concepção de uma vasta Roda da Vida, de incontáveis existências, inter-relacionadas e necessárias umas para as outras, tendo o homem, como uma inteligência viva, seu próprio lugar nesta Roda. A Roda está sempre girando pela Vontade divina, e as Inteligências vivas que a constituem aprendem a cooperar com aquela Vontade, e se na ação daquelas Inteligências houvesse qualquer interrupção ou falha devido à negligência ou oposição, então a Roda emperra, rodando lentamente, e a carruagem da evolução dos mundos anda só pesadamente em seu caminho.
Estas inumeráveis vidas, acima e abaixo do homem, entram em contato com a consciência humana de maneiras muito definidas, entre elas os sons e as cores. Cada som tem uma forma no mundo invisível, e a combinação de sons cria formas complicadas (Para informação sobre as formas criadas por notas musicais consulte-se qualquer livro de ciência a respeito de Som, e também o livro ilustrado de Watts-Hughes, Voice Figures). Na matéria sutil daqueles mundos todos os sons são acompanhados de cores, de modo que eles dão origem a formas multifacetadas, em muitos casos extremamente belas. As vibrações dispostas no mundo invisível quando é tocada uma nota estabelecem vibrações nos mundos invisíveis, cada uma com seu caráter específico, e capaz de produzir determinados efeitos. Na comunicação com inteligências subumanas associadas ao mundo invisível inferior e ao físico, e controlando-as e dirigindo-as, os sons podem ser usados para produzir os resultados desejados, assim como uma linguagem feita de sons definidos é usada aqui. E na comunicação com Inteligências superiores são úteis certos sons, a fim de criar uma atmosfera harmoniosa, adequada para as suas atividades, e que tornam nossos próprios corpos sutis receptivos às suas influências.
Este efeito sobre os corpos sutis é uma parte importantíssima do uso oculto dos sons. Estes corpos, assim como o físico, estão em contínuo movimento vibratório, cujas vibrações se alteram ao menor pensamento ou desejo. Estas vibrações irregulares mutantes oferecem um obstáculo à qualquer nova vibração vinda de fora, e, a fim de tornar os corpos suscetíveis às influências superiores, são usados sons que reduzem as vibrações irregulares para um ritmo regular, semelhante em sua natureza ao ritmo da Inteligência que se deseje contatar. O objetivo de toda frase repetida freqüentemente é produzir isto, assim como um músico toca a mesma nota muitas vezes até que todos os instrumentos estejam afinados. Os corpos sutis devem ser afinados na nota do Ser procurado, se Sua influência há de encontra um caminho livre através da natureza do adorador, e isto sempre foi feito pelo uso de sons. Daí que a música sempre formou uma parte integral do culto, e certas cadências definidas forma preservadas com cuidado, transmitidas de idade em idade.
Em todas as religiões existem sons de um caráter peculiar, chamados de "Palavras de Poder", consistindo de frases em uma língua particular cantada de uma forma especial; cada religião possui um estoque de tais frases, seqüências especiais de sons, agora chamadas muito genericamente de "mantras", que é o nome que se lhes dá no Oriente, onde a ciência dos mantras tem sido muito estudada e elaborada. Não é necessário que um mantra - uma seqüência de sons arranjada de um modo particular para produzir um resultado definido - deva estar em qualquer linguagem em especial. Qualquer língua pode ser usada para este propósito, embora algumas sejam mais adequadas que outras, desde que a pessoa que cria os mantras possua o conhecimento oculto necessário. Há centenas de mantras na língua Sânscrita, feitos por Ocultistas do passado, que estavam familiarizados com as leis dos mundos invisíveis. Estes mantras foram transmitidos de geração em geração, palavras definidas em uma seqüência definida cantadas em um modo definido. O efeito do canto é criar vibrações, e com isso formas, nos mundos físico e superfísico, e de acordo com o conhecimento e pureza do cantor o seu canto será capaz de afetar um ou outro mundo. Se seu conhecimento for vasto e profundo, se sua vontade for forte e seu coração for puro, quase não há limite para os poderes que ele poderá exercer ao usar um destes antigos mantras.
Como se disse, não é necessário que se use uma língua em especial. Eles podem ser em Sânscrito, ou em qualquer uma das línguas do mundo, nas quais homens de conhecimento os compuseram.
Esta é a razão pela qual, na Igreja Católica Romana, a língua latina é sempre usada em atos de culto importantes. Aqui ela não é usada como uma língua morta, uma língua "incompreendida pelo povo", mas como uma força viva nos mundos invisíveis. Não é usada para esconder conhecimento do povo, mas a fim de que certas vibrações possam ser estabelecidas nos mundos invisíveis que não podem sê-lo nas línguas comuns da Europa, a menos que um grande Ocultista compusesse nelas as seqüências de som necessárias. Traduzir um mantra é mudá-lo de uma "Palavra de Poder" para uma frase comum; o som sendo mudado, outras formas são criadas.
Algumas combinações de palavras latinas, com a música associada a elas no culto Cristão, provoca os mais notáveis efeitos nos mundos suprafísicos, e qualquer um que seja sensível ficará consciente de efeitos peculiares causados pelo canto de algumas das frases mais sagradas, especialmente na Missa.
Efeitos vibratórios podem ser sentidos por qualquer um que se sente quieto e receptivo à medida que algumas destas frases são pronunciadas pelo sacerdote ou pelos coralistas. E ao mesmo tempo são provocados efeitos nos mundos superiores afetando diretamente os corpos sutis dos adoradores do modo acima descrito, e também chamando Inteligências naqueles mundos com um significado tão definido como as palavras endereçadas de uma pessoa para outra no plano físico, seja sob forma de prece, seja, em alguns casos, como um comando. Os sons, provocando fulgurantes formas ativas, voam através dos mundos, afetando a consciência das Inteligências que neles residem, e levando algumas delas a desempenhar os serviços definidos requeridos por aqueles que estão tomando parte no ofício da igreja.
Tais mantras formam uma parte essencial de todo Sacramento.
A outra parte essencial do Sacramento, em sua forma externa e visível, são certos gestos. Eles são chamados Sinais, Signos ou Selos - as três palavras significando o mesmo em um Sacramento. Cada sinal tem seu próprio significado especial, e marca a direção imposta sobre as forças invisíveis com as quais o oficiante está trabalhando, seja partindo de si mesmo, seja veiculadas através dele. Em qualquer caso, os sinais são necessários para produzir os resultados desejados, e constituem uma porção essencial no rito sacramental. Um tal sinal é chamado de "Sinal de Poder", assim como o mantra é uma "Palavra de Poder".
É interessante ler nas obras ocultas do passado referências a estes fatos, tão verdadeiras agora como antes. No Livro dos Mortos Egípcio é descrita a jornada post-mortem da Alma, e lemos como ela é parada e questionada em várias etapas desta viagem. Ela é parada e questionada pelos Guardiães do portão de cada mundo sucessivo, e a Alma não pode passar através do Portão de seguir seu caminho a menos que saiba duas coisas: deve dizer uma palavra, a Palavra de Poder; deve fazer um sinal, o Sinal de Poder. Quando aquela Palavra é dita e aquele Sinal é feito, caem os ferrolhos do Portão, e os Guardiães se afastam para deixar a Alma passar. Um relato semelhante é dado no grande Evangelho Místico Pistis Sophia, mencionado antes (v. ante, pp. 118, 119 e 260). Aqui a passagem através dos mundos não é a de uma Alma liberta do corpo pela morte, mas a de uma que voluntariamente o deixou no curso da Iniciação. Existem grandes Poderes, os Poderes da Natureza, que bloqueiam seu caminho, e até que o Iniciado diga a Palavra e faça o Sinal, eles não deixarão que passe através dos portões de seus domínios. Este duplo conhecimento, então, era necessário - falar a Palavra de Poder, fazer o Sinal de Poder. Sem isso o progresso era bloqueado, e sem isso um Sacramento não é Sacramento.
Além disso, em todos os Sacramentos é, ou deveria ser, usado algum material físico (No Sacramento da Penitência as cinzas agora são omitidas, exceto em ocasiões especiais, mas não obstante elas formam parte do rito). Ele é sempre um símbolo daquilo que vai ser ganho com o Sacramento, a ponta para a natureza da "graça interior e espiritual" recebida através dele. Ele é também o meio material de veiculação da graça, não simbolicamente, mas de fato, e uma mudança sutil neste material o adapta para elevados fins. Mas um objeto físico consiste de partículas sólidas, líquidas e gasosas, nas quais um químico o poderia separar para análise, e além do éter, que interpenetra o material mais grosseiro. Neste éter atuam energias magnéticas.
Está, além disso, conectado a contrapartes de matéria sutil, nas quais atuam energias mais sutis que a magnética, mas semelhantes a ela em sua natureza e ainda mais poderosas.
Quando um objeto é magnetizado é efetuada uma mudança em sua porção etérica, os movimentos de onda são alterados e organizados, e obrigados a acompanhar os movimentos de onda do éter do magnetizador; ele assim passa a compartilhar de sua natureza, e as partículas mais densas do objeto, influenciadas pelo éter, lentamente mudam seus padrões de vibração. Se o magnetizador tem o poder de afetar também as contrapartes sutis ele as faz vibrar também em consonância à sua própria vibração.
Este é o segredo das curas magnéticas; as vibrações irregulares da pessoa doente são postas em concordância com as vibrações saudáveis do operador, tão definidamente como um objeto irregularmente oscilante pode ser posto a oscilar com regularidade com golpes regulares e repetidos. Um médico magnetizará a água e assim curará seu paciente. Ele magnetizará uma roupa, e a roupa, colocada no lugar da dor, curará. Ele usará um ímã poderoso, ou uma corrente galvânica, e restaurará a energia de um nervo. Em todos os casos o éter é posto em movimento, e com isso as partículas físicas mais densas serão afetadas.
Um resultado similar ocorre quando os materiais usados em um Sacramento são submetidos à Palavra de Poder e ao Sinal de Poder. São causadas mudanças magnéticas no éter da substância física, e as contrapartes sutis são afetadas de acordo com o conhecimento, pureza e devoção do celebrante que as os magnetiza - ou, no termo religioso, os consagra. Além disso, a Palavra e o Sinal de Poder atraem à celebração os Anjos especialmente relacionados aos materiais usados e à natureza do ato executado, e eles concedem sua poderosa ajuda, derramando suas próprias energias magnéticas nas contrapartes sutis, e mesmo no éter físico, reforçando assim as energias do celebrante. Ninguém que conheça os poderes do magnetismo poderá duvidar das possibilidades de mudança nos objetos materiais como aqui apresentamos. E se um homem de ciência, que possa não ter fé no invisível, tem o poder de impregnar água com sua própria energia vital para que ela cure uma moléstia física, por que o poder de uma natureza similar mas superior deveria ser negado àqueles de vida santa, de caráter nobre, de conhecimento do invisível? Aqueles que são capazes de sentir as formas superiores de magnetismo sabem muito bem que os objetos consagrados variam muito em seu poder, e que a diferença magnética é devida à variação no conhecimento, pureza e espiritualidade do sacerdote que os consagra. Alguns negam todo magnetismo vital, e rejeitariam igualmente a água benta da religião e a água magnetizada da ciência médica. Eles são coerentes, mas ignorantes. Mas os que admitem a utilidade de uma, e riem da outra, demonstram-se não sábios, mas preconceituosos, não instruídos, mas bitolados, e provam que sua falta de fé na religião limita sua inteligência, predispondo-os a rejeitar da mão da religião o que eles aceitam da mão da ciência. Acrescentaremos um pouco mais a este assunto dos "objetos sagrados" em geral no capítulo XIV.
Vemos assim que a parte exterior de um sacramente é de enorme importância.
Mudanças reais são feitas nos materiais usados. Eles são transformados em veículos de energias mais elevadas do que aquelas que lhes pertencem naturalmente; pessoas que se aproximem deles, que os toquem, terão seus próprios corpos etéricos e sutis afetados pelo seu potente magnetismo, e serão postos em condições muito receptivas para com as influências superiores, sendo sintonizados em concordância com os exaltados Seres associados á Palavra e ao Sinal usados na consagração. Seres pertencendo ao mundo invisível estarão presentes durante o rito sacramental, derramando suas influências benignas e graciosas; e do mesmo modo todos os que forem dignos participantes na cerimônia - suficientemente puros e devotos para serem sintonizados pelas vibrações produzidas - verão suas emoções purificadas e estimuladas, sua espiritualidade avivada, e seus corações cheios de paz, por entrarem em tal contato estreito com as realidades invisíveis.